Já passa das 22 horas desta terça-feira (04), e eu não consigo desviar a minha atenção e os meus pensamentos da tragédia ocorrida em Saudades, no Oeste de Santa Catarina. É difícil aceitar uma chacina, ainda mais quando entre as vítimas temos crianças e tão pequenas. Três anjos com menos de dois anos de idade e duas heroínas perderam suas vidas e, um outro anjo, luta para sobreviver. Há, ainda, o jovem de 18 anos que invadiu a creche e cometeu esta atrocidade que, se sobreviver aos cortes que ele próprio se desferiu, vai enfrentar o pior dos castigos, o de sua consciência, se é que isto é possível. Todos são, na verdade vítimas assim como suas famílias, toda a comunidade e todos nós.

Por mais que se tente é difícil também acharmos explicações que justifiquem uma tragédia como esta. Neste momento tentamos não julgar.

É possível que neste momento em que você está lendo a Coluna, as vítimas da chacina estejam sendo veladas no Ginásio Municipal, de forma coletiva, ou até mesmo já tenham sido sepultadas.  

Para completar, recebo agora a informação que o ator Paulo Gustavo faleceu vítima de complicações da Covid-19. Às vésperas do dia das mães perdemos  aquele que em diversos trabalhos nos fez refletir e, admito, mudou a relação com meus filhos.

Quantas chacinas e quantas pandemias precisaremos passar para refletirmos a respeito e mudarmos como sociedade nos tornando verdadeiramente mais humanos.

Perdoem, mas, hoje, nada mais me parece importante.