Covid-19: Em Chapecó serviços não essenciais são fechados; no estado as cirurgias eletivas são suspensas e novas medidas para conter o aumento da pandemia estão sendo analisadas; as necessidades do setor de transportes para não parar, entre outros destaques
A segunda-feira (22) foi marcada por reuniões e decisões que visam evitar o colapso em todas as regiões do estado frente ao crescimento do número de casos de Covid-19 que demandam por internações e tratamentos intensivos. Para hoje (23), novas reuniões já estão sendo agendadas. E não poderia ser diferente. Estamos vivendo o momento mais crítico da pandemia em nosso estado desde o mês de março.
Passam de 90% as ocupações de leitos Covid na maioria dos hospitais de todas as nossas regiões. Oeste e Grande Florianópolis registram maior incidência de doentes de covid. A grande maioria das regiões encontram-se em estado gravíssimo e apenas uma em grave.
Em Chapecó, o prefeito João Rodrigues que já havia determinado a suspensão das aulas, editou “lockdown parcial” com a suspenção de atividades não essenciais por alguns dias. Atitude corajosa e no momento necessária para evitar que a situação se agrave ainda mais.
Cirurgias eletivas suspensas em SC
A Secretaria de Estado da Saúde publicou portaria nesta segunda-feira (22), para a suspensão de cirurgias eletivas pelos próximos 20 dias, como forma de garantir o acesso dos catarinenses às unidades durante a pandemia de Covid-19. Estão suspensos todos os procedimentos cirúrgicos eletivos de média e alta complexidade em todas as unidades hospitalares que dispõem de dispõem de leitos de internação de UTI, intermediários ou clínicos, para tratamento das complicações relacionadas à infecção pelo novo coronavírus. Não estão suspensas as urgências e as emergências e nem os procedimentos tempo-sensíveis – aqueles em que a vida do paciente pode estar em risco.
A portaria 168/2021 ainda estabelece que as unidades necessitam ampliar os estoques de gases medicinais, medicamentos, insumos e materiais de enfermagem, equipamentos de proteção individual, redirecionar e recrutar recursos humanos e reorganizar a disponibilidade de leitos e equipamentos para garantir a atenção a todos os pacientes que necessitem internação.
As unidades também estão proibidas de fechar ou restringir o setor de emergência, bloqueando o acesso espontâneo ou referenciado de pacientes.
O avanço da Covid
O avanço da Covid-19 atinge vários estados. Está prevista para a manhã de hoje uma reunião entre os governadores e secretários de saúde do Sul do país.
Mais leitos, ações conjuntas, suspensão de atividades, tudo é necessário neste momento, mas não resolve. A solução passa por vacinar mais rapidamente a população. Para tanto, o secretário de Estado da Saúde, André Morra Ribeiro, vai a Brasília para solicitar ao Ministério da Saúde mais doses de vacinas. A população também precisa fazer a sua parte. O que vivemos hoje reflete muito nossas atitudes.
Não podemos desligar os nossos motores
Enquanto no primeiro semestre de 2020 todos os indicadores caíram gradativamente, de agosto do ano passado para cá foram só altas. Mas isso não significa um cenário positivo. Ao contrário: há números que podem indicar boas perspectivas, ao passo em que outros pode ser justamente o oposto. A manifestação é do diretor-presidente da Aceville Transportes e presidente da Fetrancesc, Transpocred e Conselho Regional do SEST SENAT/Santa Catarina, Ari Rabaiolli.
Segundo Ari, os” dados divulgados pela pesquisa DECOPE, da NTC&Logística, no dia 18 de fevereiro, retratam esta oscilação muito bem, a começar pela variação nos custos do transporte. “Enquanto em agosto de 2020 era de 3,50% para o transporte de cargas fracionadas, chegou em 9,43% neste começo de ano. Da mesma forma ocorreu para o segmento de carga lotação/fechada, saltando de 2,57% para 7,15%”, destaca.
As razões, ressalta, se deve ao aumento no preço dos caminhões, também a elevação muito significativa do preço dos pneus e da matéria-prima dos implementos rodoviários, a exemplo do aço, alumínio e lubrificantes, além, logicamente, do diesel. “Tudo subiu muito”, registra.
Mas o que mais surpreende, destaca, “é a condição de reajuste no preço do frete. “A grande maioria não conseguiu repassar esta variação dos custos. Apenas 27,8% das empresas conseguiram reajustar o valor do frete em pouco mais do que 5% do valor praticado; a maioria delas, 41,4%, manteve o valor; e 30,8% precisaram dar descontos na atividade – uma média de 8%”.
Com relação ao preço do diesel, Rabaiolii diz que parece uma “montanha russa”. “Por incrível que pareça, a pandemia fez este indicador despencar. Saiu de R$ 3,866 em dezembro de 2019 para R$ 3,106 em maio de 2020 e fechou o ano com as bombas marcando R$ 3,778”.
Agora, manifesta, é acreditar que, passados os dois meses (a contar de março) da suspensão dos impostos federais sobre o diesel, tenhamos uma alternativa definitiva para o combustível.
O presidente da Federação dos Transportadores de Cargas de Santa Catarina defende que é preciso tentar manter a melhora no desempenho das empresas e garantir as engrenagens da economia funcionando em perfeita harmonia. “Isso para que o caminhão circule na indústria, no agronegócio, nos portos, aeroportos, comércio, supermercado e chegue na casa do consumidor. Afinal de contas, é o transporte que move Santa Catarina. É o transporte que move o Brasil. E nós não podemos desligar os nossos motores”, finaliza.
Veja mais postagens desse autor