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Bornhausen segue como uma importante liderança nacional

Jorge Bornhausen mesmo sem ocupar um cargo público, continua sendo uma das lideranças mais ouvidas, não somente em Santa Catarina, mas em todo o país. Ex-governador, senador, ministro e conselheiro da Presidência da República, já há alguns anos resolveu se dedicar à iniciativa privada e ao conselho da Fiesp, uma das principais entidades empresariais do país, para onde foi convidado a ocupar uma vaga no conselho. Vivendo na ponte aérea entre Florianópolis, São Paulo e Lisboa, Bornhausen continua contribuindo com os rumos da política catarinense e brasileira demonstrando uma visão ampla sobre o cenário político. Ele concedeu mais uma entrevista exclusiva ao SCemPauta:

 

SCemPauta – Como o senhor avalia esse novo momento do governo de Carlos Moisés da Silva?

Bornhausen – Os 23 primeiros meses do governo Moisés foram frustrantes pela inércia e incompetência administrativa. Além disso, também houve falta de diálogo com os demais poderes. Agora, o pior, foi a mancha da corrupção pelo desaparecimento dos R$ 33 milhões destinados à compra de respiradores que não chegaram e que poderiam ter salvo muitas vidas. Também foi frustrante a formação de uma equipe medíocre e despreparada, salvo exceções, ficando evidente a inexperiência do Moisés ao tentar impor solução aos outros poderes por carta e, também ao mostrar desconhecimento em relação ao Estado ao tentar impor o imposto verde que prejudicaria o nosso agronegócio e, imprudentemente brigou com o seu único eleitor que foi o presidente Bolsonaro. Veio a pandemia e o edital escandaloso do Hospital de Campanha de Itajaí, abortado pela opinião pública e pelo Tribunal de Contas. Depois o triste episódio do peculato dos R$ 33 milhões. Agora o governador pede à Assembleia Legislativa que lhe dê a oportunidade para que, reconhecendo os erros, possa recolocar Santa Catarina nos trilhos administrativos. A resposta dada a ele na minha opinião, foi a de criar uma concessão, uma boa vontade em nome do estado de Santa Catarina. Mas nada será alcançado se não tiver prontas medidas que de imediato possam ser adotadas.

 

SCemPauta – Quais medidas seriam essas?

Bornhausen – Precisa de uma mudança completa na sua equipe trazendo pessoas capazes para cada setor e com credibilidade. A mudança deve começar pelo secretário de Saúde que foi arrogante ao dizer em entrevista, que o desaparecimento dos R$ 33 milhões era coisa do passado e que deveria ser enterrado. Isso é uma apologia ao peculato. Outra medida é imediatamente mandar para a Assembleia a reforma previdenciária aos moldes da Federal. Acho também que ele deve desculpas aos seus antecessores Eduardo Pinho Moreira e Raimundo Colombo em especial, pôr os ter destratado não os convidando para obras praticamente realizadas em seus governos, que ele teve a petulância de se apropriar. Também deve desculpas ao presidente da Assembleia pelas palavras injustas que dirigiu a ele durante o processo de impeachment, que foi conduzido pelo Júlio (Garcia) com toda a imparcialidade. Por fim, que tome providência e faça um governo apagando as frustrações e a negligência que caracterizaram os seus primeiros 23 meses de governo. Essa é a chance e nós catarinenses temos que torcer para que dê certo.

 

SCemPauta – Faz parte dessa reaproximação com o parlamento a nomeação de Eron Giordani para chefiar a Casa Civil?

Bornhausen – Eu acho que se ele (Eron) não for boicotado poderá realmente fazer uma boa interlocução. Ele é competente e tem bom relacionamento na Assembleia.

 

SCemPauta – Como que a Assembleia Legislativa deve ser portar frente a esse novo momento proposto pelo governador?

Bornhausen – Aprovando a reforma da Previdência que se não for mandada, será debitada na conta do Moisés como uma irresponsabilidade que no futuro causará a falência de Santa Catarina. A Assembleia também deve aprovar o que for bom para o Estado e impedir como impediu, o aumento de imposto como o ICMS dos produtos agropecuários que iria desequilibrar a nossa produção em relação aos estados vizinhos.

 

SCemPauta – O Estado também precisa atrair investimentos para retomar o crescimento. Como fazer?

 Bornhausen – Em primeiro lugar colocar no Governo do Estado integrantes na equipe principal que possam ser instrumento de credibilidade para que venham mais investimentos. É preciso fazer uma relação com os Estados do Paraná e do Rio Grande do Sul que estão tendo administrações exemplares, capitando investimentos que poderiam vir para cá.

 

SCemPauta – E os investimentos estrangeiros?

Bornhausen – Tudo depende da credibilidade do governo. Sem credibilidade não atrai investimentos internos e nem externos. Ou haverá uma mudança radical de comportamento do governador com uma nova equipe, ou não conseguiremos fazer essa tração necessária.

 

SCemPauta – Se o governador o convidar para uma conversa, o que seria normal devido a sua experiência. O senhor está disposto a aceitar a encontrá-lo?

 Bornhausen – Eu sou um aposentado fora do quadro político e partidário. Não fui consultado e continuo achando que não serei, o que não me preocupa.

 

SCemPauta – Estamos enfrentando uma pandemia. Qual a sua opinião em relação as medidas adotadas até o momento. Como equilibrar os cuidados com a saúde da população e com a economia?

Bornhausen – Essa é uma missão impossível. Vivemos uma crise no setor de Saúde gravíssimo que teve consequências na economia. A solução terá com as vacinas que estão sendo examinadas ou testadas. Que ocorram as suas aplicações no primeiro trimestre do ano que vem.

 

SCemPauta – Após as eleições municipais, qual é o cenário que se desenha ao pensar em 2022?

Bornhausen – Acho que o problema da sucessão de 22 vai começar a ser examinado através dos diálogos que vão ocorrer a partir de março do ano que vem. Eu acho que as eleições têm sim influência das municipais, mas não são fundamentais no que diz respeito ao resultado de 22. Os nomes estão por aí, vão surgindo nomes novos e antigos. As composições com as conversações começarão a ser examinadas. Os futuros candidatos para 22 precisam arregimentar a sociedade com mensagens positivas. É fundamental se preparar com o apoio dos partidos e com uma apresentação de um bom projeto para a eleição futura.

 

SCemPauta – E quanto a nomes. O senhor pode falar em alguns?

 Bornhausen – Os nomes estão na imprensa. Eu vejo com muitos bons olhos o ex-prefeito de Blumenau, o Napoleão (Bernardes). Está aí sendo lembrado o senador Jorginho Mello, tem sido lembrado o prefeito eleito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli, o deputado Carlos Chiodini, além dos mais antigos postulantes como o senador Esperidião Amin. O atual governador não recuperará as condições para disputar à reeleição, não terá sucesso. Podem surgir outros nomes de partidos menores. O Gean Loureiro também foi muito bem sucedido na eleição.

 

SCemPauta – E o quadro nacional. Qual será em 2022?

 Bornhausen – Eu sou muito a favor de que haja uma via unida entre o centro democrático. Quer mais a direita, esquerda ou centralizado, acho que os partidos que, aliás, foram vitoriosos na eleição municipal unam os seus líderes para conversar, elaborar um programa para os próximos 10 anos no Brasil. Tem que estabelecer um critério para a escolha de um candidato único que possa ser vitorioso contra a extrema-direita e extrema-esquerda. Vários nomes se colocam e eu não vetaria ninguém para chegar a esse acordo. Essa é a maneira de dar esperança ao povo brasileiro. Quanto aos nomes estão aí: Luciano Huck, o Dória (João), o Eduardo Leite, o Ciro Gomes, Sérgio Moro, entre eles deve sair um.

 

SCemPauta – Na sua opinião, como o presidente Jair Bolsonaro chegará em 2022?

 Bornhausen – É difícil antecipar o prognóstico com uma pessoa que não tem equilíbrio emocional e realiza atos impensados de forma seguida. A falta de equilíbrio emocional é evidente e se estende aos filhos que em nada ajudam. Eu acho que ele vai estar enfraquecido e não fortalecido em 2022. Sempre tem um grupo mais fanatizado que o acompanha em relação aos disparates que ele tem cometido. Há uma clara falta de atenção à política externa e educação no Brasil.

 

SCemPauta – E como ficará à esquerda?

 Bornhausen – Eu acho que o Lula tinha um grande valor eleitoral quando estava preso, face a emoção que causou nos menos esclarecidos. Solto, mostrou que não tem maiores influências. O seu ex-ministro Luiz Marinho, na terra em que o ex-presidente habita que é São Bernardo do Campo, não chegou aos 22%, enquanto o candidato do PSDB venceu com mais de 70%. O PSOL começou a substituir o PT e embora derrotado por mais de um milhão de votos em São Paulo, a figura do Boulos (Guilherme) pela sua juventude poderá no futuro ter influência maior em eleições brasileiras.

(Fim)

 

Visita do governador

Importante a visita do governador Carlos Moisés da Silva (PSL) ao Oeste catarinense. Pelo visto ele está sendo abraçado pela mais numerosa bancada da Assembleia Legislativa que é composta por deputados ligados à região. Em sua primeira semana após a retomada do cargo, Moisés já fez duas viagens, sendo a primeira para Criciúma por conta da ação de bandidos na cidade e, ontem a Chapecó e Pinhalzinho na manhã desta sexta-feira (04). São as primeiras movimentações, somente com o passar do tempo é que veremos o que de novo Moisés trará em seus atos, ao ponto de permitir uma melhor leitura. Por hora, fica evidente que os deputados estão confiantes em uma nova relação, mas principalmente por ter como fiador o novo chefe da Casa Civil, Eron Giordani. Se como disse o ex-governador Jorge Bornhausen, não for boicotado, será uma peça chave nessa transformação.

 

Humildade para corrigir

Ontem no Centro de Eventos a vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido) veio ao meu encontro para dizer que concordava com a crítica que fiz a ela devido a nota que recebi que a colocava como quem movimentou as ações para a construção da Macroadutora do Rio Chapecozinho, quando na verdade o projeto teve início no governo de Raimundo Colombo (PSD) e, mais, após a presidente da Casan, Roberta Maas dos Anjos, ter perdido os recursos que viriam do Governo Federal, o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) decidiu realizar a obra com recursos do Estado. Daniela me disse que a nota não partiu dela e que não concorda com a forma como foi enviada dando a ela os créditos à viabilização do projeto. Vale o destaque ao ato de humildade da vice-governadora e de respeito aos catarinenses.

 

Voluntariosa

Como escrevi ontem quando a critiquei, a vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido) foi a Brasília tentar resolver o erro absurdo da presidente da Casan, Roberta Maas dos Anjos, mas já não era possível. Uma vez perdido o convênio, somente iniciando um outro projeto. Como não há garantia de que tem recurso disponível e um novo projeto demoraria muito, o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) abraçou a causa e anunciou a obra com recursos próprios.

 

Aliás

Faltou às lideranças que falaram ontem durante o ato no Centro de Eventos em Chapecó, a coragem de provocar a presidente da Casan, Roberta Maas dos Anjos, a pedir desculpas à população do Oeste e de toda Santa Catarina, pela perda dos recursos que viriam a fundo perdido do Governo Federal para a construção da Macroadutora do Rio Chapecozinho. Faltou bom senso a Roberta e memória aos demais.

 

Extremamente ideológica

Luciane falou em nome da bancada do Oeste.

Enquanto a bancada do Oeste na Assembleia Legislativa tem se mostrado à partidária, pautando os interesses do Oeste ao invés de questões de ideologia, a deputada federal Caroline de Toni (PSL) deixou a entender que as questões ideológicas são mais importantes para ela. Quando a coordenadora da bancada, a deputada estadual Luciane Carminatti (PT), encerrou o discurso, Caroline foi a única liderança sentada no espaço de honra a não aplaudir. A vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido), também Bolsonarista, aplaudiu a parlamentar do PT.

 

Ingratidão

Chegou aos ouvidos da deputada federal Caroline de Toni (PSL) os lamentos do ex-candidato a prefeito de Chapecó, Leonardo Granzotto (Patriota), apoiado por ela no pleito. Granzotto teria se sentido abandonado pela parlamentar. Lideranças próximas a Caroline não gostaram e chamaram a atitude de Granzotto de ingratidão, já que Caroline teria ido em busca de recursos e apoio para a campanha. A deputada também passou por um constrangimento junto ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que não aceitou tirar foto com Granzotto em sua rápida passagem por Chapecó. O fato é que Granzotto foi uma aposta errada, tanto de Caroline que se viu pressionada a apoiá-lo, como do prefeito Luciano Buligon (PSL), devido ao despreparo do candidato que não se elegeria nem a vereador.

 

Moisés com o PL

Na próxima terça-feira os deputados da bancada estadual do PL vão jantar com o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) na Casa D’Agronômica. Esse é mais um encontro articulado pelo chefe da Casa Civil, Eron Giordani, no sentido de construir uma base na Assembleia Legislativa. Após ouvir Moisés, os deputados liberais jantarão na quarta com o presidente estadual do partido, o senador Jorginho Mello. De acordo com o deputado Ivan Naatz, a decisão sobre um possível alinhamento deve ser em bloco seguindo a orientação do senador.  O PL também pretende aguardar o julgamento do impeachment dos respiradores para tomar uma decisão definitiva. “O governador responde pela responsabilidade, não pelo crime”, afirmou Naatz.

 

Pedido a Schiochet

O deputado federal Fábio Schiochet que preside o PSL em Santa Catarina, está no Oeste onde acompanha o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) em sua agenda. Ontem a noite ele jantou com o vereador reeleito de seu partido, João Marques Rosa, e prometeu atender a alguns pedidos do parlamentar, sobretudo, junto ao Ministério da Saúde para o credenciamento do serviço de hemodinâmica, bem como a unidade para tratamento de AVC. Rosa explicou a Schiochet que com o credenciamento as cirurgias de aneurisma cerebral que hoje são realizadas em Blumenau, poderão ser realizadas em Chapecó, além das endovasculares entre outros. “Temos médico, hospital e a máquina, só falta credenciar”, explicou o vereador.

 

Aeroporto de Navegantes

O senador Dário Berger (MDB) encaminhou ofício e telefonou ao ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, para reiterar a relevância de alterações no edital do programa de concessão do Aeroporto Internacional Ministro Victor Konder, localizado em Navegantes. A solicitação prioritária é para incluir na minuta do edital, a construção de uma nova pista de pousos e decolagens ampliando a capacidade para receber aviões de carga. Isso tornaria o terminal mais competitivo com os de outros estados, além de se tornar um polo para exportação e importação de mercadorias por via aérea. O ministro é o relator do processo no TCU e deve se manifestar nos próximos dias sobre o tema. Uma reunião do Fórum Parlamentar Catarinense também está agendada para a próxima semana com a confirmação do ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas; com o TCU; Procuradoria Geral do Estado de Santa Catarina; e representantes da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) para debater o assunto.

 

Terminal de Cargas

Além da nova pista no aeroporto de Navegantes, também foi solicitada a construção de um novo terminal de cargas, com 100.000 m² de área. Com previsão de conclusão para o 1º Semestre de 2021, consumirá em torno de R$ 36 milhões de investimento. “Vai fazer a economia local girar e criar muitas oportunidades”, destacou o senador Dário Berger (MDB).

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