A visita do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) a Santa Catarina deixou pelo menos dois recados claros, sem que ele dissesse algo de forma direta. Além disso, os gestos foram uma clara resposta a informações desencontradas que envolveram a sua vinda ao estado. Em seu discurso na formação de policiais rodoviários federais em Florianópolis, Bolsonaro ignorou olimpicamente a governadora interina, Daniela Reinehr (sem partido), enquanto destacou o nome do senador Jorginho Mello (PL) que criou o Pronampe, o qual segundo o presidente salvou empresas e empregos pelo país.

Ao se dirigir a Renascença no Paraná, Bolsonaro desembarcou no aeroporto Serafin Enoss Bertaso em Chapecó, de onde foi de helicóptero até a cidade paranaense. Em uma parada não prevista em sua agenda, Bolsonaro foi recebido por autoridades e lideranças chapecoenses. O prefeito Luciano Buligon (PSL) o acompanhou até o terminal e no caminho falou das dificuldades causadas pela estiagem. Aproveitou para entregar uma camiseta da Chapecoense com o número 51, que é do partido Patriota, do candidato Leonardo Granzotto que é apoiado por ele e pela deputada federal, Caroline de Toni (PSL). Quando soube que o número estava ligado a eleição, Bolsonaro teria se irritado e a camisa ficou com assessores. Ele já anunciou que não dará apoio algum no pleito. Um momento de constrangimento foi quando Granzotto foi impedido de chegar perto de Bolsonaro que não o recebeu. O candidato ficou entre os populares que foram acompanhar a rápida visita.

Por outro lado, Bolsonaro convidou o também candidato a prefeito, João Rodrigues (PSD), para uma conversa restrita em uma das salas do aeroporto. Além deles, Jorginho Mello também entrou no local e ouviu de Bolsonaro: “João, quem te defende está aqui”, afirmou o presidente. A conversa com Rodrigues não foi de apoio político. Tiraram foto, mas o diálogo focou no processo em que culminou com a prisão do ex-deputado. Para Bolsonaro se tratou de uma injustiça com o seu ex-colega de Congresso Nacional.

Por fim, é possível entender que a governadora interina definitivamente não tem o apoio de Bolsonaro, que o senador liberal se tornou a liderança catarinense mais próxima ao presidente e, que não há apoio algum ao candidato de Buligon e de Caroline de Toni, situação que causou um grande constrangimento dentro do PSL.