O prefeito de Florianópolis Gean Loureiro (DEM) está sendo acusado por uma ex-servidora de abuso sexual seguido de estupro. O SCemPauta teve acesso com exclusividade ao boletim de ocorrência registrado pela mulher com iniciais R.R.B, de 46 anos. Os supostos estupros teriam acontecido no interior do prédio da Secretaria de Turismo do município.

Segundo o relato da ex-servidora, em 2017 quando trabalhava no gabinete do secretário de Turismo, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico da capital, foi agarrada por Loureiro enquanto arrumava a sala do secretário. Ainda consta no BO que o prefeito teria a agarrado e tentado tocar as suas partes intimas por debaixo da roupa, porém, a suposta vítima o empurrou e saiu da sala. Questionada sobre não ter denunciado, R.R.B respondeu que ficou abalada e que por vergonha, resolveu não contar a ninguém.

De acordo com os relatos da suposta vítima, um segundo ataque teria ocorrido entre o final de 2017 e início de 2018, também na sede do Turismo. Ela acusa o prefeito de ter pedido que buscasse água e, quando voltou, ele teria trancado a porta e investido contra ela. “Passou a abraçá-la e baixou a calça e calcinha da comunicante, que em choque não conseguiu reagir. Na sequência Gean empurrou a comunicante contra uma mesa e passou a praticar conjunção carnal, que durou poucos minutos, sendo que na sequência o senhor Gean vestiu a calça e abriu a porta, momento em que a comunicante se vestiu rapidamente e saiu da sala. Novamente ficou em choque e desde então passou a ter crises de ansiedade, vindo a procurar uma psicóloga e um psiquiatra, mas não teve coragem de contar para ninguém, pois tinha medo do poder e vergonha da situação”, relatou a ex-servidora no boletim de ocorrência.

R.R.B acusa Gean Loureiro de um terceiro ataque, que teria ocorrido em 10 de outubro do ano passado. Segundo ela, após receber uma mensagem do superintendente de Turismo, Vinicius de Luca Filho, que a informou que o prefeito usaria mais uma vez a sala do secretário de Turismo, teria se assustado. Segundo ela, Gean chegou ao local por volta das 16h, porém, perto das 19h quando se preparava para sair, o prefeito teria começando a conversar com ela que temendo o que poderia acontecer, colocou o celular para gravar. “Na sequência Gean trancou a porta da sala e passou a se despir. O senhor Gean baixou a calça da comunicante e a empurrou em cima de um sofá e passou a praticar conjunção carnal, que durou poucos minutos. Na sequência ele se vestiu, sem falar nada e saiu da sala. A comunicante ficou em choque e em pânico. Disse possuir imagens do ato e que pode apresentá-las. Desde então, a comunicante chegava quase todos os dias chorando em casa, até que após trabalhar muito o assunto em terapia tomou coragem e decidiu buscar justiça, sendo que contou todos os fatos ao seu marido, que a apoiou. A comunicante relatou que se sentia nos atos narrados sob grave ameaça, pois o autor é muito poderoso na cidade. Afirmou que em hipótese alguma consentiu a prática de tais atos”, consta no relato à Polícia Civil. A suposta vítima também apontou os nomes do psicólogo Carlos Alexandre S. Rodrigues, e da psiquiatra Júlia Trindade como testemunhas.

Liguei para Bruno Oliveira, assessor do prefeito Gean Loureiro. Ele me disse que já haviam sido informados da situação e que estão averiguando neste momento a acusação.