Se já não bastasse as centenas de mortes por covid-19 em Santa Catarina, o ano praticamente perdido em razão da pandemia, o triste fim de inúmeras empresas e, principalmente, de pequenos negócios, o desemprego, o emocional abalado de crianças e adultos, ainda estamos sem comando.

Seja qual for a decisão na próxima sexta-feira, dia 23, se pelo afastamento do governador Carlos Moisés da Silva e da vice-governadora Daniela Reinehr, seja pelo arquivamento do processo, o que está em jogo mesmo é o futuro de Santa Catarina e de todos nós.

Salvo alguma decisão judicial, o tribunal misto formado por cinco deputados e cinco desembargadores vai deliberar com base no relatório do deputado Kennedy Nunes (PSD), sorteado para a relatoria, pelo acatamento ou não da denúncia de ilegalidade na concessão de equiparação salarial dos procuradores do estado aos procuradores da Assembleia Legislativa. Em caso de empate, caberá ao presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Ricardo Roesler, decidir.

Também nesta terça-feira, dia 20, a Alesc decide pela admissibilidade ou não do pedido de impeachment do governador Moisés em razão da compra dos 200 respiradores, com pagamento antecipado de R$ 33 milhões, e pelas negociações envolvendo a construção de hospital de campanha em Itajaí, operação esta cancelada pelo próprio governo.

Realmente este foi um ano surpreendente. Quando que iríamos imaginar que o coronel da reserva do Corpo de Bombeiros Carlos Moisés da Silva, que chegou ao governo do estado com o voto de 2,6 milhões de catarinenses, mais de 70% dos votos, na onda 17, chegaria a este ponto? Bom, também quem imaginaria uma pandemia pelo novo coronavírus. Que chegue logo uma vacina para a covid-19, que tudo volte à normalidade possível em nosso país e em nosso estado e, na política, que haja celeridade. Precisamos de comando. Há muito o que fazer.