O SCemPauta teve acesso a decisão do ministro do Superior Tribunal de Justiça, Benedito Gonçalves, que deferiu o pedido do Ministério Público Federal determinando a abertura de inquérito para investigar o governador, Carlos Moisés da Silva (PSL). O chefe do Executivo estadual é suspeito de ter envolvimento na compra dos 200 respiradores fantasmas via a Veigamed. A partir da decisão datada de 10 de agosto, a Polícia Federal tem 90 dias para concluir o inquérito, o que incluirá o depoimento de Moisés.

Ainda na decisão, o ministro destaca que os fatos envolvendo a compra junto a Veigamed ocorreram entre os meses de março e abril passado, com o pagamento de toda a quantia, ou seja, dos R$ 33 milhões de forma antecipada à revelia das normas legais, com suposto sobrepreço e desrespeito às regras de dispensa de licitação. “Além de possível desvio de valores em proveito próprio ou de terceiros, com eventual envolvimento do Governador de Santa Catarina”, escreve o magistrado.

Por sua vez, o MPF afirma que através de conversas via WhatsApp, interceptações telefônicas, quebras de sigilo e inúmeros depoimentos e interrogatórios, se constata que Carlos Moisés aparentemente teve relevante participação nos fatos, inclusive, autorizando o pagamento antecipado dos valores à empresa indicada por Fábio Guasti, um dos investigados e com relações comprovadas, segundo a justiça, com a empresa Veigamed.

Os investigadores destacam a interceptação feita no celular do então secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino, onde no grupo de WhatsApp denominado “Covid19”, no dia 28 de abril quando o The Intercept fez a denúncia, o próprio governador escreveu junto do compartilhamento da reportagem: “Agora a SES vai precisar falar sobre o assunto”.

Conforme já divulgado pelo SCemPauta, após a mensagem de Moisés, o grupo que também contava com o então secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba; do atual secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli; do secretário de Estado da Administração, Jorge Eduardo Tasca; do procurador-geral do Estado, Álisson de Bom de Souza e do chefe de gabinete, Márcio Ferreira, começou a discutir o envio de uma nota à imprensa. Quando Tasca questiona se houve o pagamento antecipado à Veigamed, Borba responde que sim, mas pede discrição em relação ao fato. O que chamou a atenção dos investigadores é que ninguém se opôs a fala do então chefe da Casa Civil, nem mesmo Moisés.

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