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Nos bastidores da CPI, dois depoimentos que até então não estavam previstos, são esperados devido ao potencial destrutivo, caso os convocados levem as informações as quais os parlamentares acreditam existir. Um dos depoentes será o presidente da Sindicância instaurada pela Controladoria Geral do Estado, para apurar as responsabilidades de servidores, Clóvis Renato Squio. Ele compareceu ontem espontaneamente na Assembleia Legislativa e se ofereceu para prestar depoimento, que foi marcado para a próxima quinta-feira. O segundo é o depoimento de hoje às 10h, da ex-adjunta da CGE, Simone Becker, citada na oitiva do agora ex-controlador, Luiz Felipe Ferreira, que relatou ser ela, a representante do setor num grupo de WhatsApp intitulado “Covid 19”, onde também participaria o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) e integrantes de todos os poderes.
Os deputados já tiveram acesso a alguns diálogos, entre os quais, um no qual os integrantes discutiram ações que dessem legalidade aos pagamentos antecipados durante a pandemia. A primeira ideia foi a de que o limite do cartão corporativo fosse aumentado, para ser usado na compra dos 200 respiradores junto a Veigamed. Acontece que o valor máximo autorizado foi de R$ 170 mil, muito aquém dos R$ 33 milhões necessários.
Outra sugestão foi a de um projeto de lei pedindo autorização da Assembleia Legislativa, o que chegou a ser feito, porém, retirado um dia após o protocolo, o que gerou a suspeita de que a retirada tenha sido feita para justificar o pagamento adiantado à Veigamed.
De qualquer modo, a informação que corre nos bastidores e que aguarda a confirmação de Simone, é a de que Moisés sabia desde o início que as compras estavam sendo pagas de forma antecipada, inclusive a dos 200 respiradores que até hoje não foram entregues.
Um dos trechos extraídos do aplicativo, mostra uma mensagem de Simone onde ela diz que depois de tomarem uma decisão, que iriam levar o fato ao secretário de Estado da Administração, Jorge Eduardo Tasca, e ao governador Carlos Moisés da Silva (PSL). Vale destacar que até então, a convocação de Tasca não estava prevista, situação que ocorreu após o acesso da CPI aos diálogos do “Grupo Covid 19”.
Condicionantes para a doação
A doação que a Assembleia Legislativa fará ao Governo do Estado, na ordem de R$ 30 milhões, terá algumas condicionantes. Durante a reunião marcada pelo presidente Júlio Garcia (PSD) com a mesa diretora, ficou definido que os valores somente serão liberados mediante a apresentação de projetos pela Defesa Civil. Do total, 50% terá que ser destinado às famílias atingidas pelo Ciclone, enquanto os outros 50% serão para as demais demandas do Executivo, incluindo os municípios. O carimbo do valor é para evitar a repetição do que ocorreu no caso Veigamed, quando o governo usou os R$ 20 milhões repassados pelo parlamento, para completar os R$ 33 milhões pagos pelos 200 respiradores que não foram entregues.
Socorro ao Vale
O deputado estadual Ricardo Alba (PSL) pediu ontem por ofício como presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Vale do Itajaí, que R$ 10 dos R$ 30 milhões que a Assembleia Legislativa doará para o Governo do Estado, para o combate aos prejuízos causados pelo ciclone, sejam destinados para a região.
Arrecadação baixa
A arrecadação de impostos em Santa Catarina foi de R$ 1,95 bilhão em junho, apresentando uma queda de 12,5% provocada em grande parte pelos efeitos da pandemia da COVID-19 na economia. Os números divulgados pelo Sindicato dos Fiscais da Fazenda do Estado de Santa Catarina (Sindifisco), mostram que a perda de receita em junho é bem menor do que a registrada nos dois meses anteriores. A queda em abril foi de 18% e em maio 22%, mas ainda implica em R$ 300 milhões a menos no caixa do Estado em comparação a junho do ano passado. Os dados são do Portal da Transparência. “Santa Catarina precisa se reestruturar para recuperar o que perdeu e estar preparada para o que ainda virá. O reforço na fiscalização é urgente, assim como nas atividades de combate às fraudes estruturadas e à concorrência desleal”, observa o presidente do Sindifisco/SC, José Antonio Farenzena.
Maiores reduções
Os setores que apresentaram maior queda na arrecadação foram Restaurantes (73%), Automotores (52%), Combustíveis (33,8%), Têxtil (33,3%) e Agroindústria (29,3%). A expectativa é de que a pior fase já tenha passado em relação aos efeitos da pandemia na arrecadação, mas será difícil recuperar as perdas que, segundo a Administração Tributária do Estado, podem chegar perto de R$ 4 bilhões neste ano.