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Luiz Felipe Ferreira protocolando o relatório na Alesc
O SCemPauta teve acesso com exclusividade a parte do Relatório da Sindicância Investigativa criada pela Controladoria-Geral do Estado, que apura as responsabilidades de servidores na compra dos 200 respiradores junto a empresa Veigamed.
Chama a atenção que o atual secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, está entre os nomes apontados para indiciamento e perda de função. Segundo o documento, em tese, Motta cometeu uma infração administrativa na condição de secretário adjunto de Estado da Saúde e, superintendente dos Hospitais Públicos Estaduais. O fato deve abalar o governo de Carlos Moisés da Silva (PSL), que terá que exonerar o titular da Saúde, o tornando o terceiro secretário a perder o cargo após as denúncias.
Além dele, mais quatro servidores também foram indiciados para a perda do cargo. A ex-superintendente de Gestão da Secretaria de Estado da Saúde, Márcia Regina Geremias Pauli, poderá perder o cargo mesmo sendo servidora de carreira. Ela é acusada de infração disciplinar. Pela mesma acusação também podem perder as funções públicas, o diretor de Licitações e Contratos da Secretaria de Estado da Saúde, Carlos Charlie Campos Maia; o assessor jurídico da Superintendência Administrativa, Carlos Roberto Costa Júnior; o coordenador do Fundo Estadual da Saúde, José Florêncio da Rocha; e a ocupante de cargo comissionado de assessora da Secretaria de Estado da Saúde, Bárbara Puel Broering.
O documento já foi protocolado na Assembleia Legislativa. Os ex-secretários de Estado, Douglas Borba da Casa Civil, e Helton Zeferino da Saúde, como não estão mais no governo, não constam no relatório que ainda está sendo concluído. Cabe à comissão indicar os indiciamentos e a perda da função.
Além dos servidores, quatro empresas aparecem como autoras, em tese, de ato lesivo. Veigamed Material Médico e Hospitalar Eireli, TS Eletronic do Brasil Indústria e Comércio LTDA, Remocenter Remoções e Serviços Médicos LTDA e MMJS Desenvolvimento e Licenciamento de Programas LTDA. Uma possível penalidade às empresas ainda não foi citada.
CGE se manifesta
Segue nota da Controladoria-Geral a respeito do relatório. Vale informar que a manifestação foi motivada pelas críticas feitas ao controlador-geral do Estado, Luiz Felipe Ferreira, pelos deputados da CPI dos Respiradores. Ferreira não tinha o conhecimento de que tive acesso a dados do relatório. Leia:
“Os advogados Rodolfo Macedo do Prado e Rycharde Farah, que representam o Controlador-Geral do Estado, Luiz Felipe Ferreira, informam que o Relatório da Sindicância Investigativa que apurou a compra dos respiradores foi apresentado à CPI dos Respiradores da ALESC.
Ao cumprir com o prazo concedido, mais uma vez o Controlador-Geral demonstrou que não houve omissão ou conivência da CGE/SC na apuração da compra dos respiradores ou mesmo na compra dos EPIs e na contratação dos Hospitais de Campanha.
A defesa salienta que, “como já comprovado documentalmente, a CGE/SC tomou todas as atitudes que lhe cabiam assim que tomou conhecimento de cada fato, inclusive denunciando o possível ilícito às autoridades investigativas, parte essencial da Operação Oxigênio, o que torna as acusações feitas na CPI contra a testemunha totalmente infundadas”.
A CGE/SC destaca que no caso dos EPIs e dos Hospitais de Campanha, felizmente houve tempo hábil para impedir dano ao erário.
No caso dos respiradores, a forma como o processo tramitou dentro da Secretaria de Saúde fez com que o conhecimento dos fatos por parte da CGE/SC se desse somente após o pagamento, mas não impediu a sindicância e a possível responsabilização dos envolvidos.
Por fim, a defesa do Controlador-Geral reitera que o possível vazamento criminoso de dados da sindicância também será devidamente apurado, onde serão identificados os eventuais responsáveis e cujas conclusões serão encaminhadas às autoridades competentes para a tomada de providências” – CGE
A verdade
Diferente do que consta em nota enviada pela Controladoria-Geral do Estado à coluna, a questão do Hospital de Campanha não foi resolvida pela CGE, pois foi o Tribunal de Justiça do Estado que determinou a suspensão do contrato que o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) teimava em não cancelar, mesmo com as denúncias de irregularidade. Somente após, quando viu que não conseguiria reverter, Moisés tomou a decisão de não seguir tentando a manutenção do contrato.
Porto de São Francisco