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Em conversa via troca de mensagem interceptada pelos investigadores no âmbito do caso Veigamed, aparece um diálogo que comprova o direcionamento do Governo do Estado ao Hospital Psiquiátrico Mahatma Gandhi, para a instalação de um Hospital de Campanha em Itajaí.

Acontece que o escritório do advogado Leandro de Barros da cidade de Biguaçu, representa o Mahatma em Santa Catarina. No dia 2 de abril, uma pessoa pergunta se ele tem falado com o então secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba e, a resposta é positiva. A pessoa da ligação então pede para que ele interceda junto a Borba, para que ajude numa questão ligada a transferência de um parente que é servidor público, porém, Borba alegou que já haviam muito pedidos e, que os militares não gostam de decisões políticas nesses casos.

O que chamou a atenção, é que Barros diz o seguinte: “Eu estou direto na Defesa Civil, montando os projetos do hospital de campanha”, afirmou, o que comprova a interferência direta do advogado no processo em favor de sua representada. O que tem a dizer o secretário de Estado da Defesa Civil?

Amizade com Borba

A relação entre o então secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba, e o advogado Leandro de Barros, de quem foi correligionário no mesmo partido em Biguaçu, teve mais um fato que comprova a proximidade. De acordo com as investigações, a servidora Ina Adriano de Barros, mãe de Leandro, foi alçada ao cargo mais graduado entre os comissionados na Casa Civil, incluindo o aumento de sua remuneração mensal, por ordem de Borba, situação que já havia sido relatada pelo SCemPauta. Eles também fazem parte do mesmo grupo de WhatsApp, o “Futebol Quinta Garden”, que é o condomínio em que ambos moram em Biguaçu. Em conversa via mensagem entre Borba e sua esposa no dia 3 de março, eles falam sobre o convite feito por Barros para o aniversário de seu filho, demonstrando intimidade entre as famílias. Na agenda eletrônica de Borba, também aparecem vários compromissos com Barros.

Ocultação de prova

Segundo as investigações, o ex-secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba, começou a ocultação de provas das conversas que ele mantinha com a servidora Márcia Pauli, da qual tirou trecho quando ele informa a Márcia que Leandro de Barros faria contato com ela. Além disso, tanto Borba quanto Leandro apagaram conversas que tiveram entre eles via WhatsApp.

Sem aparelho

De acordo com investigações da Força Tarefa envolvendo a Polícia Civil, Ministério Público e Tribunal de Contas, os investigados no âmbito da Operação Oxigênio, ligados a empresa Veigamed, foram informados no dia 30 de março que não teriam os respiradores para entregar ao estado de Santa Catarina. Mesmo assim, através de Fábio Guasti, pressionaram o setor financeiro da Secretaria de Estado da Saúde para que efetuasse o pagamento dos R$ 33 milhões, sob o argumento de que precisavam do depósito para garantir a compra dos equipamentos. As investigações também mostram que Leandro de Barros, recebeu comissão pela participação no negócio.

O que tem a esconder?

A servidora afastada da Saúde, Márcia Geremias Pauli, não quer participar da acareação. Ela prestou muitas informações que colaboraram com as investigações, então, por qual motivo o seu advogado, Nelson Scheffer Martins, entrou com um pedido de habeas corpus para que ela não participe da acareação? É a grande oportunidade que Márcia tem de comprovar que fala a verdade.

Vale tudo?

Tive acesso a uma troca de conversa entre o secretário de Estado da Casa Civil, Amândio da Silva Júnior, e outras pessoas via um grupo de WhatsApp, onde ele posta alguns links de matérias polêmicas contra o deputado estadual, Ivan Naatz (PL), que é o proponente e relator da CPI dos Respiradores. Questionei Amândio a respeito da situação e recebi a seguinte resposta: “Repasso informações, não só dele. Não produzi nada. Apenas precisamos comparar as coisas nesses momentos difíceis. Nada mais”, escreveu. Pelo visto, o Governo do Estado tem adotado medidas de ataque a seus opositores, o que parece estranho vindo de um Governo que se diz transparente. Para que atacar se tem convicção que pode se defender?

Moisés na festa

Como qualquer ser humano, o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) tem todo o direito de participar de festas, desde que não seja em horário de trabalho e nem durante uma pandemia. Os erros foram inúmeros: a Polícia tinha que ter ido ao hotel e mandado encerrar a festa, segundo que Moisés não respeita nem mesmo o seu próprio decreto que proíbe aglomerações. Não importa se tinham 50, 20 ou 10 pessoas, não pode aglomerar pessoas, ponto. Além disso, o governador estava sem máscara, conversando de perto com outras pessoas. Que moral tem o governador de cobrar algo da população, quando ele próprio não cumpre? Para completar, a nota enviada pela assessoria do Governo do Estado é no mínimo indecente, principalmente quando afirma que todos os cuidados foram tomados. Segue o anúncio do hotel, o que prova que Moisés sabia do evento previamente.

Transparência?

É no mínimo curioso o Ranking Covid-19 dos Estados, elaborado pelo Centro de Liderança Pública. Santa Catarina aparece como o melhor quadro no enfrentamento ao Coronavírus. O levantamento vai além, destacando que as medidas tomadas pelo Governo do Estado são um exemplo de melhora no combate à pandemia. Santa Catarina vem se mantendo longe da média brasileira para a proporção de casos por milhão de habitantes (1.213) e de taxa de mortalidade (1,59%). Além disso, tem a quinta menor evolução de vítimas no País e alta transparência (95%). Chama a atenção que um Estado onde pessoas ligadas ao governo estão sob suspeita, apareça como exemplo de transparência. A menos que a pesquisa tenha nivelado por baixo.

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