A imprensa sempre será alvo de quem não consegue entender a importância de sua livre atuação, pelo bem da sociedade. Os governos Lula e Dilma Rousseff (PT) cogitaram criar uma regulação da imprensa, nome bonito para censura, afinal, seria a ferramenta para nos calar sempre que os seus interesses fossem contrariados.

Hoje, temos no presidente Jair Bolsonaro (sem partido), um presidente que constantemente agride a imprensa, chegando ao cúmulo de mandar jornalistas calarem a boca durante uma entrevista. Sem falar em boa parte de seus seguidores, que passaram a agredir profissionais em pleno exercício da profissão.

Ontem, vi na coluna do colega Upiara Bosch, do Grupo NSC, mais um capítulo estarrecedor das agressões contumazes contra nós, profissionais da imprensa e, aos veículos, feito agora, pelo governador Carlos Moisés da Silva (PSL), em um evento online com empresários de São Paulo.

Moisés teve a pachorra de insinuar que a nossa atuação jornalística é indecente, chegando a sugerir aos empresários que pressionassem os meios de comunicação, usando da condição de anunciante para nos pressionar a realizar o que chamou de “jornalismo decente”.

O fato é que o jornalismo realmente incomoda e, se o governador quer saber, estamos aqui para isso mesmo, para incomodar cobrando que se faça uma gestão responsável, honesta e, que zele pelo dinheiro público com menos desespero e mais habilidade que o cargo de líder requer. Estamos aqui governador, para sermos os olhos e ouvidos da sociedade e, acredite, ninguém escapa dos longos braços da imprensa.

Se não sabe entender que cobranças e críticas, são inerentes a vida de quem assume um cargo como o seu, seria melhor que o senhor tivesse ficado em casa, tocando violão e pescando aos finais de semana, pois a vida pública não é para qualquer um. Isso é importante dizer, pelo fato de que o jornalismo é assim, sem agradar A ou B, sendo crítico, pois se fosse apenas para falar bem, aí senhor governador, não passaria de uma reles propaganda, ou bajulação. Não pense que profissionais sérios o ficarão parabenizando pelos causos que conta, ou pelo gosto de suas cervejas artesanais, nós queremos mais, rogamos por um governador atuante que simplesmente cumpra com a sua obrigação constitucional.

Também é importante lembrar a Moisés, que temos em Santa Catarina uma das imprensas mais atuantes e competentes do país. Tenho colegas do mais alto quilate, que trabalham sério para que os nossos leitores, ouvintes e telespectadores, fiquem sempre bem informados, por isso Moisés, respeite a imprensa, apesar que devo confessar que nada mais me surpreende, dado a alguns comentários sobre jornalistas feitos nas internas da Casa D’Agronômica. Mas esse é um outro assunto.

Na verdade, o que dói em Moisés, não é a forma que trabalhamos, mas, sim, o que estamos divulgando, que o desnuda em meio a sociedade, quebrando o seu discurso de governo técnico. Vou além, estamos mostrando com coragem, a incompetência de um governo saltar aos olhos num momento extremamente difícil para a sociedade, sem falar na suposta corrupção no caso dos respiradores, que se for comprovada, deveria ser tratada como crime hediondo. Se quer culpar alguém, que o governador culpe a si mesmo, pela falta de diálogo, pela arrogância no trato com os demais, pela falta de humildade ao não se aproximar dos outros poderes para dialogar, entre outros comportamentos que critico desde o início de seu mandato.

Por fim, faço um chamado à nossa sociedade em geral, aos demais poderes e representantes de classes, que reajam contra essa tentativa criminosa do governador de tentar incitar o setor empresarial contra a imprensa. Essa atitude, somente mostra o seu caráter opressor, próprio de governantes que não tem o mínimo apreço pela democracia e, que faz do ataque ao jornalismo, um modo vil de tentar impedir que você que paga os seus impostos, faça o devido controle dos atos do poder público.

Outras manifestações:

 

Nota de Repúdio – Abert

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) repudia as afirmações do governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), que, nesta sexta-feira (8), durante debate virtual e após tecer críticas ao trabalho da imprensa, sugeriu que empresários do estado pressionem os meios de comunicação, usando a condição de anunciantes, em uma clara tentativa de cerceamento à imprensa livre, plural e independente.

É lamentável que o governador desconheça o real papel dos veículos de comunicação profissionais, que, principalmente em um momento de crise sanitária mundial, exercem a missão fundamental de informar a sociedade.

A ABERT lembra que a imprensa tem uma responsabilidade social na manutenção da democracia e da diversidade de opinião, e qualquer tentativa de coação é um ataque à liberdade de expressão – Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão

Nota de Repúdio – Acaert

A Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão- ACAERT repudia as declarações feitas hoje pelo Governador Carlos Moisés da Silva durante um evento transmitido ao vivo para empresários em nível nacional.

Durante o evento, Carlos Moisés da Silva insinuou que a imprensa catarinense deveria ser cerceada através da pressão de empresários, na condição de anunciantes dos veículos de comunicação, em torno do que ele considera um “jornalismo decente”.

A ACAERT considera que esse tipo de manifestação demonstra, por parte do governante, um total desconhecimento do papel da imprensa, que tem a obrigação de divulgar toda e qualquer informação que for de interesse público e para o bem da sociedade.

Reforçamos ainda que o segmento não mediu esforços, desde o início da pandemia, para levar a informação precisa aos catarinenses, reforçando os protocolos de segurança das autoridades de saúde e dando ampla divulgação, principalmente, aos esforços do Governo do Estado no combate à COVID-19, que teve horas exposição na programação das principais emissoras de Santa Catarina.

Nos surpreende, portanto, o conteúdo dessas declarações pelo tom de ameaça e as insinuações autoritárias, uma vez que o próprio mandatário elogiou e agradeceu publicamente por diversas vezes em coletivas de imprensa a cobertura profissional que vem sendo feita pelos mesmos veículos que hoje ele pede que sejam responsabilizados por fazerem justamente aquilo que lhes é de obrigação, informar a população.

Esperamos que prevaleça o respeito com o segmento da comunicação e com a democracia, na qual a liberdade de imprensa é um direito inegociável e não pode sofrer qualquer tipo de pressão ou insinuação por parte de quem quer que seja. Como proferiu a suprema corte americana ao absolver os jornais que divulgaram documentos secretos: “A imprensa deve servir aos governados, não aos governantes”.  – Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão – ACAERT

Nota de repúdio – Ivan Naatz – Deputado Estadual

O governador Carlos Moisés disse hoje (ontem), em uma live para um público selecionado de empresários reunidos pelo Lide, grupo de líderes empresariais criado pelo atual governador paulista João Dória Jr. (PSDB), que a imprensa é uma das culpadas pelas mazelas do governo do Estado.

Disse Moisés: “Liberdade de imprensa é uma coisa e o que estão fazendo hoje aqui em Santa Catarina (é outra). E os senhores podem me ajudar muito, fica meu apelo. Em todos esses veículos de comunicação os senhores têm propaganda, comerciais, vendem seus produtos”.

Moisés não só critica a imprensa como pede para que os empresários boicotem os veículos de comunicação de Santa Catarina, deixando de publicar anúncios publicitários.

É graças à imprensa catarinenses que os escândalos de superfaturamento e compras estão sendo compartilhados com toda a sociedade.

A imprensa cumpre seu papel constitucional de informar, investigar e denunciar. Sem imprensa forte, comprometida e livre não há democracia plena – Ivan Naatz – Deputado Estadual

 

Até tu, Moisés?! – Por Adelor Lessa – Rádio Som Maior e site 4oito.com.br

Todos os dias, nas suas coletivas on line para atualizar informações sobre a luta contra o coronavírus, o governador Carlos Moisés tem elogiado e agradecido o trabalho da imprensa catarinense, que diz considerar fundamental para o sucesso da operação.

Mas, falando hoje para grandes empresários do país, numa videoconferência, ele criticou a imprensa catarinense e pediu que os empresários pressionem os veiculos locais, usando da condição de anunciantes.

A video-conferência foi organizada pelo LIDE, um grupo de empresários importantes do país organizado pelo governador João Dória, quando ainda não tinha entrado para a política.

Moisés estava tentando se explicar, e se defender, das denúncias no caso dos respiradores, quando resolveu atacar a imprensa.

Trecho do que ele disse:

“Liberdade de imprensa é uma coisa e o que estão fazendo hoje aqui em Santa Catarina é outra. E os senhores podem me ajudar muito, fica meu apelo. Em todos esses veículos de comunicação os senhores têm propaganda, comerciais, vendem seus produtos”.

Lamentável!

A propósito, a semana foi muito ruim para a imprensa, com ataques e ameaças.

Primeiro, foi o  Presidente Bolsonaro que, aos berros, mandou os jornalistas se calarem. “Cala a boca”, proclamou. E repetiu mais duas vezes.

Depois, o prefeito Salvaro dobrou o jornal Tribuna de Notícias, jogou na lata do lixo, e chutou.

Isso é retrocesso.

Imprensa livre é base da democracia e regra básica em países modernos.

Cerceamento ao trabalho da imprensa só interessa à quem não quer transparência, nem apuração de denúncias, ou revelação de irregularidades e ilícitos.

O que teria sido da Lava Jato, por exemplo, nem a cobertura intensa da imprensa?

 

Governador Moisés quer cercear o trabalho da imprensa – Por Paulo Alceu – Grupo ND

O desabafo do governador Carlos Moisés da Silva diante de fatos confirmados e que estão sendo investigados pelo Gaeco e agora fiscalizados pelo Tribunal de Contas é estimular patrocinadores para não apoiarem a imprensa que denuncia, crítica e informa os catarinenses. Não se pode omitir senhor governador compras carregadas de suspeições e que onerem os cofres públicos. Não existe compra por desespero como o senhor tentou justificar. Existe isso sim responsabilidade com o dinheiro público e com a vida dos catarinenses. Punir a imprensa que faz seu trabalho também arriscando a própria vida é mais fácil do que rever o modelo omisso de administrar. Esse método de calar a Informação transita no autoritarismo e na falta de argumentos reais que eliminem qualquer suspeita. Os patrocinadores não batem na nossa porta para calarem nossa boca, mas porque reconhecem nosso trabalho isento e de total cumplicidade com a verdade . Lamentável essa tentativa de cerceamento .