A matéria apresentada ontem pela ND TV, deixa alguns questionamentos em aberto. A primeira questão é, quem ligou para a empresa de Joinville, para pedir propina? A empresa apresentou no dia 26 de março à Secretaria de Estado da Saúde, uma proposta de venda de 200 respiradores mecânicos ao Governo do Estado, equipamentos de fabricação panamenha, ao valor de R$ 33 milhões. Acontece que o pedido de propina foi de R$ 3 milhões, situação que teria assustado o empresário, que desistiu do negócio.

A coincidência é que no dia seguinte, a empresa Veigamed da cidade de Nilópolis, no Rio de Janeiro, apresentou uma proposta de venda de 200 respiradores, com o mesmo valor apresentado pela primeira empresa, incluindo o mesmo prazo de entrega, só que fabricado na China.

Será que o então secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino, teria decidido sozinho, fazer a dispensa de licitação e, a compra através da Veigamed, ou será que tem mais alguém do alto escalão que também participou da decisão? Uma resposta que parece óbvia, é que a servidora de segundo escalão não teria a devida competência para dar início ao processo, realizá-lo e autorizar o pagamento. “Com certeza ela atendeu ao comando de uma, duas, ou três pessoas”, relatou uma fonte qualificada dentro do Governo.

A dúvida que paira, é se a servidora já foi ouvida pelo Ministério Público e o Gaeco e, se foi extraído de seu celular, as trocas de mensagens com autoridades, que teriam autorizado a operação.  Segundo a fonte, é que o Ministério Público já teria essas informações, tanto, que tentei contato com o procurador Fernando Comin, que não atendeu as chamadas.

Ontem à noite, além da derradeira conversa com Elton Zeferino, o governador trocou um telefonema e mensagens com o secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba. Eu ainda não tive acesso ao teor da conversa, mas é nítida a irritação de Moisés com a situação.

Também de acordo com a fonte, se vier à tona o que o Ministério Público supostamente já teria em mãos, a informação é de que Moisés poderá exonerar mais um de seus principais quadros. Vale destacar que o MP pediu um dia após a Alesc, o afastamento de Zeferino, tanto, que a saída do agora ex-secretário foi uma antecipação ao afastamento que seria pedido pelo judiciário.

Outro questionamento que paira a Casa D’Agronômica, é sobre o nome de quem indicou politicamente o pregoeiro da comissão, que definiu a compra dos ventiladores pulmonares, que também são conhecidos como respiradores.

Carmen Zanotto é sondada

A respeito do futuro da Secretaria de Estado da Saúde, a deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania), com grande experiência no setor, teria sido sondada. Uma nova conversa deve acontecer amanhã.