Levantamento do TCE mostra que empresa que vendeu os respiradores ao Governo pode ter uma laranja como responsável; Saiba os detalhes a respeito da empresa Veigamed; TCE acredita que respiradores não serão entregues entre outros destaques
Um relatório do Tribunal de Contas revela detalhes da empresa contratada pelo Governo do Estado, com dispensa de licitação para a aquisição de respiradores, que devem ser usados para salvar as pessoas contaminadas pelo Coronavírus, que forem para a UTI com insuficiência respiratória.
A Veigamed Material Médico e Hospitalar Eireli, tem como objeto social “Comércio atacadista de medicamentos, produtos médicos, equipamentos, aparelhos e material de artigos ou sistemas de uso ou aplicação médica, odontológica ou laboratorial destinado a prevenção diagnósticos e manutenção de equipamentos. Localizada de acordo com o cadastro do CNPJ, na Rua Antônio Felix, nº 679, no bairro de Nilópolis, no Rio de Janeiro, tem como representante legal Rosemary Neves de Araújo.
Através de pesquisa feita pelo TCE, conforme é possível conferir na foto, a suposta empresa teria como sede uma casa simples, que é possível até mesmo suspeitar que se trata de uma residência, muito diferente da imagem produzida de um prédio que aparece no site da Veigamed, apresentado como se fosse a sua sede. A casa real apontada como seu endereço, não parece ser de uma empresa que registrou o valor de R$ 1,6 milhão de capital social.
Outra surpresa encontrada, é que além da Veigamed, também estão registradas no mesmo endereço, mais duas empresas, no caso, a Saúde do Bem Empreendimentos e Participações Ltda, e Viver Bem Empreendimentos e Participações Ltda.
A representante
Desde 14 de novembro de 2017, Rosemary Neves de Araújo é a responsável pela empresa Veigamed. Ela mora em um modesto apartamento, conforme é possível constatar na foto, localizado no bairro do Irajá no subúrbio carioca. A empresária não tem veículo em seu nome e, o telefone registrado no cadastro não existe.
Além disso, Rosnemary que completou o ensino médio e, é pensionista da Marinha, também aparece como sócia de outra empresa, a Delta T Consultoria Empresarial, com atuação no ramo de gestão de empresas, incompatível com a sua formação. A sua ascensão foi considerável, uma vez que trabalhou entre 2011 e 2012, como motorista de ônibus urbano nas empresas Auto Viação Três Amigos e Viação Penha Rio Ltda.
Já o sócio que é apontado como CEO da Veigamed, Pedro Nascimento Júnior, tem como endereço a Rua Rockefeller, no bairro de Valparaiso, cidade de Petrópolis na Serra Fluminense. Ele também tem um segundo endereço residencial, encontrado através do Registro Nacional de Carteira de Habilitação, na rua Gilberto Cardoso, no bairro do Leblon, zona nobre do Rio de Janeiro. No local fica um edifício localizado bem em frente a Gávea, que é a sede do Flamengo.
Conclusão do TCE
De acordo com a conclusão do Tribunal de Contas do Estado, a empresa Veigamed, que vendeu ventiladores pulmonares, vulgo, respiradores ao Governo do Estado, tem como sede um local incompatível com o seu capital social de R$ 1,6 milhão. Além disso, o perfil de Rosemary Neves de Araújo, não é compatível com o de uma titular da empresa, nem como sócia da Delta T Consultoria Empresarial Ltda, com atuação no ramo de consultoria em gestão empresarial. O TCE acredita que Rosemary tem uma relação próxima com Pedro Nascimento Araújo, que também consta como sócio das duas empresas, sendo que ela não seria sócia de fato. No caso do suposto empresário, também chama a atenção que ele tem dois endereços completamente distintos, sendo um mais simples, enquanto que o outro fica em um bairro nobre.
Outras constatações
O Tribunal de Contas sugere que Rosemary Neves de Araújo, não seja a real proprietária da Veigamed, o que leva a acreditar que seria uma laranja para encobrir os verdadeiros sócios. A Corte também acredita que a empresa não cumprirá o contrato com a Secretaria de Estado da Saúde, ou seja, não entregará os respiradores adquiridos. O TCE entende como provável, o fato de que os orçamentos apresentados pelo Governo do Estado para justificar o preço pago pela aquisição dos respiradores, não sejam documentos idôneos, tendo inclusive, os valores de R$ 165 mil por cada aparelho, superfaturado.
Afastamento
Ontem o governador Carlos Moisés da Silva (PSL), ao ser questionado sobre o requerimento aprovado pela Assembleia Legislativa, que pede o afastamento do secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino, deixou claro que não atenderá ao pedido. De acordo com Moisés, o parlamento pode fazer a solicitação, mas o Governo não é obrigado a acatar, deixando claro que Zeferino permanece no cargo.
Negou a manobra
Questionei durante a coletiva de ontem ao governador Carlos Moisés da Silva (PSL), que em vídeo gravado no início da tarde, afirmou que não é uma prática o pagamento adiantado aos fornecedores. O questionei sobre outras aquisições em que foram feitos os adiantamentos e, até mesmo, de um projeto de lei enviado pelo Governo pedindo a autorização da Assembleia Legislativa para permitir tal prática. Acontece que Moisés negou que o projeto tenha dado entrada na Alesc, o que não é verdade, pois o PL foi protocolado no dia 31, porém, retirado no dia 1º, seguido do pagamento adiantado à empresa Veigamed, no valor de R$ 33 milhões no dia 2 de abril.
CPI
O presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia (PSD), informou que os partidos e os blocos parlamentares terão até a sessão da próxima terça-feira (5), para indicar os nove membros da CPI dos respiradores. O pedido foi protocolado pelo deputado Ivan Naatz (PL), que contou com a assinatura de todos os deputados.
Catarinenses com Bolsonaro
A deputada federal catarinense, Caroline de Toni, acompanhada dos deputados Daniel Freitas e Coronel Armando, ambos da ala do PSL ligada ao Governo Federal, participou ontem de um café da manhã a convite do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo Caroline, Bolsonaro deixou a sua base tranquila, afirmando que o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, não tem prova alguma contra ele. “Eu não fiz nada, não interferi na Polícia Federal que sempre teve autonomia”, disse Bolsonaro. O presidente relatou durante o café, que sempre teve uma boa relação com Moro, porém, notou que com o passar do tempo o ex-ministro começou a ficar estranho com ele.
Tranquila
Ao final do encontro com Jair Bolsonaro (sem partido), a deputada federal, Caroline de Toni (PSL), me disse que ficou mais tranquila após a fala do presidente, já que estava preocupada com as informações que estão sendo divulgadas, a respeito de possíveis provas que Sérgio Moro possa apresentar. Ela disse ainda que Bolsonaro acredita que Moro teve alguma motivação política para sair.
Fim da cobrança
Mesmo durante a pandemia, o processo eleitoral para a escolha do novo presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-SC) está a todo vapor. A campanha é 100% on line, definitivamente conectada e baseada sobretudo em propostas. Engenheiro civil com experiência nos setores público e privado, José Carlos Rauen está propondo o fim da cobrança, por parte do Conselho, da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) a cada serviço de engenharia que é executado. “Isso sem qualquer prejuízo para o fornecimento da Certidão de Acerco Técnico (CAT). Se já pagamos a anuidade, por que pagar a cada serviço executado?”, questionou.
Conectividade durante o isolamento
“Mais do que nunca, precisamos estar conectados”. A mensagem da nova campanha institucional da TIM reforça que, mesmo durante o isolamento social necessário para o combate à transmissão do Coronavírus, a tecnologia aproxima e pode tornar a nova rotina um pouco mais leve. A ação, desenvolvida pela Havas+, estreou ontem (27) na TV, em um break exclusivo no Jornal Nacional, com um grande mosaico de pessoas cantando “Sobre o Tempo”, música da banda mineira Pato Fu. A locução passa uma mensagem de força, destacando que tudo vai passar e que a vida não pode parar, mesmo quando estamos distantes das pessoas e coisas que amamos. O encerramento reforça a proximidade da operadora com seus clientes.
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