Um grupo formado por engenheiros e matemáticos da Universidade Federal de Santa Catarina dos campi de Florianópolis, Blumenau e Joinville, e da Univille de Joinville, e pelo professor Oscar Bruna-Romero, do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da UFSC, preparou uma análise técnico-científica, encaminhada ao reitor da UFSC, Ubaldo Cesar Balthazar. O estudo aponta uma significativa expansão recente da Covid-19 no estado.

“Esses dados só confirmam e reforçam a seriedade e responsabilidade das medidas que estamos adotando.  Fiquem em casa”, reforçou o reitor da UFSC. Os dados serão encaminhados ainda nesta data ao Ministério Público de Santa Catarina.

Os especialistas trabalharam com modelagem matemática e usaram os dados reais da infecção que está acontecendo em Santa Catarina, no Brasil e no resto do mundo. Os dados segundo o estudo, demonstram que, como provável consequência da retomada parcial das atividades no estado durante as últimas duas semanas, é possível observar, desde a quinta-feira passada, um aumento significativo e imprevisto no número de casos positivos para Coronavírus, que deverá continuar durante os próximos dias e semanas.

Os engenheiros dizem que da mesma forma, o número registrado de óbitos por Covid-19 mais do que triplicou no estado durante a última semana, passando de 5 para 18, mostrando que não é fácil evitar um desenlace trágico na evolução de muitos pacientes.

A conclusão dos cientistas é que, em nenhum país até agora foi observada uma taxa de óbito da população geral, inferior a 0,7%. “Nem nos países com a melhor tecnologia de diagnóstico e controle de espalhamento da infecção, isto representaria um número mínimo de mais de 1,4 milhão de mortes no país e mais de 50 mil mortes no estado de Santa Catarina”. Bruna-Romero escreveu ainda: “Não existe qualquer justificativa científica para a flexibilização de medidas de isolamento social restrito, ou seja, quarentena total, mantido até́ o controle da pandemia”.

Governo responde

Durante a coletiva o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) e o secretário de Estado da Saúde, Elton Zeferino, foram questionados a respeito da pesquisa. Zeferino disse que respeita o trabalho da UFSC, porém, que elegeu os estudos do Imperial College London e, que há projeções de cenários futuros.

Já Moisés informou que tem vários cenários ruins, mas, questionou os dados apresentados pelo estudo, negando que tenha ocorrido um aumento agudo da curva. “O momento é de responsabilidade, chega no limite que a sociedade precisa de uma retomada de algumas atividades. Terá impacto negativo, sabemos que milhares de vidas serão ceifadas como em vários locais do mundo, por isso o esforço em fiscalizar”, disse.