Bauer se disse indignado com o indiciamento

O ex-senador Paulo Bauer (PSDB) foi denunciado hoje pelo Ministério Público Federal em São Paulo, pelos supostos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. De acordo com a denúncia, Bauer teria recebido R$ 11,8 milhões em propina da Hypermarcas, para atender aos interesses da empresa entre 2013 e 2015, no projeto de concessão de imunidade tributária sobre os medicamentos de uso humano.

Vale lembrar que o suposto esquema foi revelado através de delação premiada pelo ex-diretor de Relações Internacionais da Hypermarcas, Nelson José de Mello. Na denúncia apresentada pelo MPF, consta que o ex-executivo apresentou provas de que foram feitos pagamentos por meio de contrato fraudulento com algumas empresas, entre as quais, o Instituto Paraná de Pesquisa e Análise de Consumidor, Prade e Prade Advogados Associados e One Multimeios Tecnologia e Informática.

Bauer ficou sabendo da denúncia ao ser procurado pelo SCemPauta. Ele se mostrou surpreso e disse que era de indignar o fato de ter sido denunciado, pois, o mesmo Ministério Público em Brasília havia pedido ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Edson Fachin, a anulação da delação de Nelson Mello. “A delação foi considerada mentirosa e sem fundamento”, disse Bauer.

A ex-procuradora-geral da República, Raquel Dodge, também chegou a pedir a anulação da delação, porém, a decisão ficou nas mãos de Fachin. Ainda na decisão de Dodge, foi solicitada a manutenção da validade das provas apresentadas por Mello, que perdeu os benefícios da delação.

 

Os demais denunciados:

 

– Nereu Antônio Martinelli – Empresário de Joinville;

 

– Marcos Antônio Moser – Assessor de Paulo Bauer;

 

– Nelson José de Mello – Ex-diretor da Hypermarcas e delator;

 

– João Alves de Queiroz Filho, Carlos Roberto Scorsi e Sílvio Tadeu Agostinho – Ex executivos da Hypermarcas;

 

– Maurício Sampaio Cavalcanti – One Multimeios;

 

– Murilo Hidalgo Lopes de Oliveira – Paraná Pesquisa;