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Destaque do Dia
Sobrou arrogância e faltou diálogo. Essa é a leitura que pode ser feita da derrota do governo de Carlos Moisés da Silva (PSL), ontem na Assembleia Legislativa. Para quem dizia ter 28 votos para aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias com a inclusão da redução do duodécimo, perder por 31 a 7, mostra que o governador precisa entender definitivamente que a conversa na política é fundamental.
O fato é que o governo se empenhou, tanto, que Moisés viajou para Brasília onde participou do encontro dos governadores com o presidente Jair Bolsonaro (PSL), mas não levou um de seus homens fortes, que é o secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba, que atendendo a uma determinação do governador, acampou mais uma vez no parlamento.
O dia de Borba começou com um café da manhã com a bancada do MDB, partido ao qual o Executivo conta como parceiro para todas as votações, porém, a coisa não foi bem assim. Ele também visitou o presidente da Alesc, Júlio Garcia (PSD), e se encontrou com o líder do governo, Maurício Eskudlark (PL), e com a bancada do PSL.

Secretário Douglas Borba acompanhou da primeira fila a reunião da comissão.
No início da tarde a Comissão de Finanças se reuniu de forma extraordinária, para uma última discussão sobre a LDO. Como prova da desarticulação governista, o deputado Sargento Lima (PSL), defendeu a inclusão da redução do duodécimo aos poderes, mas, foi surpreendido com a fala de Eskudlark, que recebeu uma mensagem de Borba, que já havia jogado a toalha, pois sabia que o governo sairia derrotado. Naquele momento, para tentar reduzir o estrago político, os governistas foram liberados pelo seu líder, para votarem como quisessem, tanto, que o próprio Eskudlark votou contra o governo. Ao final, apenas os parlamentares do PSL e Bruno Souza (sem partido), votaram contra o projeto, que teve a inclusão da emenda de Marcos Vieira (PSDB), garantindo a manutenção dos repasses aos poderes sem mexer no percentual.
PSL derruba o governo
Ainda antes da votação no plenário da Assembleia Legislativa, o secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba, reconheceu que a proposta do Executivo de redução do duodécimo não passaria. Para tentar evitar um abalo ao governo, Borba tentou iniciar uma conversa visando a construção de um diálogo tardio, mas que fosse colocado a mesa, a discussão de uma nova regra para o repasse das sobras ao governo. Os deputados se mostraram favoráveis a ideia e a incluíram na pauta, tendo o líder do governo, Maurício Eskudlark (PL), encaminhado o voto favorável, mas, aí veio a surpresa. Os próprios parlamentares pesselistas votaram contra o seu governo, impedindo o diálogo.
Sobraram críticas
Um deputado emedebista me disse que o seu partido ajudará o governo de Carlos Moisés da Silva (PSL), na Assembleia Legislativa, porém, manterá o seu posicionamento em algumas votações, mesmo que seja contra o governo. Sobre o projeto da LDO, o parlamentar me disse que faltou diálogo da parte do governo. “O governador não conversou com a bancada sobre o duodécimo. O Tribunal de Justiça e o Ministério Público nos procuraram, conversaram conosco e nós assumimos o compromisso frente aos dados apresentados”, explicou.
Surpresa
Outro fato que gerou surpresa e crítica ao governo de Carlos Moisés da Silva (PSL), foi a falta de diálogo até mesmo com o relator do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentária, Marcos Vieira (PSDB). Enquanto que os demais poderes argumentaram com o parlamentar, inclusive com a apresentação de números, da parte do Executivo não teve contato algum. “A Assembleia não interfere nos outros poderes, mas também não é um cartório para somente carimbar. O governador somente quer que a gente aprove os projetos, mas as coisas não são assim. Hoje (ontem) a Alesc usou de sua prerrogativa para modificar o projeto”, disse uma liderança.
Antecipação
A Lei de Diretrizes Orçamentárias nunca foi votada 40 dias antes do prazo. Um ponto que irritou os deputados estaduais, foi o fato do Executivo ter tentado criar um ruído entre a sociedade e entidades organizadas contra a Assembleia Legislativa. O fato é que os deputados deram o troco, mostrando que o diálogo deve ser de dentro para fora, não o inverso.
De perto
O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Rodrigo Collaço; o procurador de Justiça, Fernando Comin; o presidente do Tribunal de Contas, Adircélio de Moraes; além de diversos desembargadores, juízes e promotores, ficaram atrás do plenário da Assembleia Legislativa, acompanhando a votação do duodécimo.
Consequências
Segundo o reitor da Udesc, Marcus Tomasi, os R$ 76 milhões equivalem à verba que é destinada ao custeio da universidade que no caso da redução do duodécimo, teria que tirar recursos de investimentos para poder pagar as contas básicas. O presidente do TJSC, desembargador Rodrigo Collaço, afirmou que a redução comprometeria a atividade judicial em todo o Estado, com o fechamento de comarcas. “Isso seria muito ruim, porque somos constantemente procurados com pedidos de aberturas de novas varas e criação de mais comarcas”, disse.
Prejuízo para a arrecadação
O procurador-geral de Justiça de Santa Catarina, Fernando Comin, disse que a redução no duodécimo teria um efeito desastroso. Segundo ele, o MPSC seria obrigado a interromper programas e projetos que colaboram para melhorar a arrecadação do Estado. Ele citou o exemplo da força-tarefa, em parceria com a Secretaria de Estado da Fazenda, que recuperou R$ 715 milhões para os cofres públicos no ano passado. Já o presidente do TCE, conselheiro Adircélio de Moraes Ferreira Júnior, afirmou que o trabalho de controladoria realizado pelo órgão ficaria comprometido. Além disso, os municípios também seriam prejudicados. Segundo o presidente da Fecam, Joares Ponticelli, o principal problema seria a nova fórmula de cálculo da receita líquida disponível, que é utilizado como base para as transferências de recursos do Estado para os municípios.