O senador Esperidião Amin (Progressistas), é da base do governo de Jair Bolsonaro (PSL). À coluna ele falou sobre as pautas federais e a respeito do Progressistas e a possível filiação de Gelson Merisio.

SC em Pauta – Senador, como que o senhor analisa esses primeiros meses de governo?

 Esperidião Amin – Numa eleição tão singular a que tivemos, não se pode esperar que o fruto da eleição seja o convencional. Nós tivemos uma eleição diferente e, temos um governo diferente. Um estilo diferenciado e, nós é que temos que nos adaptar ao estilo de quem ganhou a eleição. E o que eu percebo na intolerância e na cobrança exagerada, é que os cobradores, os auditores querem que o auditado, o cobrado, o fiscalizado se amolde aos seus conceitos. Temos que dar o crédito a quem venceu e acho que não expirou o prazo para esse crédito.

Temos que dar o crédito a quem venceu e acho que não expirou o prazo para esse crédito.

SC em Pauta – O governo tem conseguido se articular para aprovar as medidas necessárias, a exemplo dos ajustes?

 Esperidião Amin – Não, não tem. Mas não comprometeu o prioritário que é a reforma da Previdência e, ela será aprovada.

 

SC em Pauta – Esse mal-estar que teve entre o Rodrigo Maia e o presidente Jair Bolsonaro, atrapalha o ambiente?

 Esperidião Amin – Isso é uma rusga de carioca, é uma nova versão do “entre tapas e beijos”, não vai comprometer.

 

SC em Pauta – Então as reformas da Previdência e Tributária serão aprovadas?

 Esperidião Amin – A da Previdência que é a mais difícil será aprovada. Eu acho que nós vamos terminar o ano com um crescimento entre 3% e 3,5%, anualizado, ou seja, para o futuro, para projeção futura. A Tributária vai enfrentar as dificuldades próprias da Federação.

 

SC em Pauta –  O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem falado muito em divisão de parte da arrecadação com os Estados e municípios. Teremos realmente uma nova relação com os entes federados? E quanto ao novo Pacto Federativo?

 Esperidião Amin – O novo Pacto Federativo só virá com o crescimento. O crescimento só virá se aprovarmos a reforma da Previdência e, a seguinte, a Tributária. Quanto a repactuação dos ganhos do pré-sal, o ministro tem sido objetivo e, é lógico que isso é uma moeda de troca para aprovar a reforma da Previdência. E não é antirrepublicano, pois é interesse dos estados e os legítimos interesses dos estados estão em jogo.

 

SC em Pauta – O senhor será o relator da pauta bomba. Aprovar um orçamento impositivo não atrapalha ainda mais o governo? Não reduz o poder de ação?

 Esperidião Amin – Não é que reduz o poder de ação, ele engessa mais. Eu acho que o orçamento federal, como os estaduais também estão muito engessados e, o que é pior, está apertado. Nós temos um orçamento com um déficit previsto de R$ 150 bilhões e, é o quarto ano em que isso acontece. Portanto, eu acho que engessar o orçamento agora é muito complicado.

Eu acho que engessar o orçamento agora é muito complicado.

SC em Pauta – O senhor conseguiu aprovar uma convocação ao ministro das Relações Exteriores.  O governo vai levar adiante essa questão da embaixada em Jerusalém? Essa situação pode realmente prejudicar o nosso agronegócio?

 Esperidião Amin – Eu não fiz a minha convocação para discutir Jerusalém, eu acho que o próprio governo está refluindo. Vamos ver o que acontece depois da visita (Bolsonaro) a Israel. Eu acho que o governo não vai abrir a Embaixada do Brasil de Israel, em Jerusalém. Nós não vamos ganhar nada com isso e, vamos trazer para nós muita confusão. É por isso que eu não acredito.

Eu acho que o governo não vai abrir a Embaixada do Brasil de Israel, em Jerusalém

SC em Pauta – Qual avaliação que o senhor faz da viagem do presidente aos EUA, e das concessões feitas?

 Esperidião Amin – Olha, eu acho que foi uma decisão que o presidente tomou, não surpreendeu a ninguém. Acho que ele não foi incoerente com o que pregou na campanha e, acho que é uma aposta que ele tem o direito de fazer. Não temos porque hostilizar os Estados Unidos, também sou contra o alinhamento automático, mas esse ainda não foi definido e, se for definido, nós vamos cobrar.

 

SC em Pauta – Os filhos do presidente, causam tumulto ao ambiente?

 Esperidião Amin – Não! Eu acho que eles se exaltaram um pouco no início, mas já se enquadraram. Eu tenho uma excelente convivência com os que eu conheço. O Eduardo Bolsonaro que eu acho que está muito discreto e, com o Flávio Bolsonaro que é quase meu vizinho na bancada do Senado, que também tem sido discreto e eu não vejo nenhuma possibilidade de estar atrapalhando o governo e gerando ciúmes. Eu acho que eles se enquadraram.

 

SC em Pauta – Falando do Estado. É normal que um governador mantenha uma relação próxima aos senadores. Como é a relação com o governador Moisés e com o seu governo?

 Esperidião Amin – Ele fez uma visita a Brasília, pediu a nossa presença e o fórum dos parlamentares federais compareceu. São dois meses de convivência com a atual bancada. Não é uma convivência íntima, nem tem motivo para ser íntima. Ela será uma convivência respeitosa e eu acho que vai ser boa.

 

SC em Pauta – Como o senhor analisa esses primeiros meses de governo?

 Esperidião Amin – A semelhança com o Governo Federal, não foi uma eleição normal, comum. Não podemos esperar um resultado conforme paradigmas anteriores. O governador tem que ser respeitado no seu estilo, foi eleito com uma votação histórica, dificilmente igualável, então ele tem o direito de imprimir o seu ritmo e o seu estilo. Ninguém pode cobrar, nem quem votou nele e, imagina quem não votou. A semelhança com o Governo Federal, é que os cobradores mais encanzinados, mais exigentes querem analisar alguém de acordo com o seu padrão. O padrão é de quem foi eleito, é esse que deve ser avaliado. Eu acho que deve ter respeito e expectativa e até da minha parte torcida para que dê certo.

O governador tem que ser respeitado no seu estilo

SC em Pauta – Na segunda-feira o seu partido tem uma reunião marcada para Florianópolis e, Gelson Merisio estará presente. A filiação dele fortalece o Progressistas?

 Esperidião Amin – Primeiro que eu não sei se ele vai se filiar no Progressistas, mas uma reunião com quem foi o nosso candidato a governador é uma coisa normal. De repente não podemos dizer que apoiamos e que estamos arrependidos. Se ele está cogitando em mudar de partido, ele tem todo o direito de conversar com o partido que lhe foi absolutamente fiel, que foi o Progressistas. Eu acho que essa reunião não vai definir nada, mas ela não pode deixar de existir.

Uma reunião com quem foi o nosso candidato a governador é uma coisa normal

SC em Pauta – O Merisio se filia e tem a intenção de ser candidato a governador. Se o senhor também quiser disputar, como será feito esse processo de escolha?

Esperidião Amin – Bom, aí você já está fazendo o futuro, do futuro, do futuro e, esse verbo não existe.

Então eu espero que o PSD, Progressistas e Democratas, possamos ter projetos comuns

SC em Pauta – O progressistas terá candidato a prefeito nas maiores cidades do estado?

 Esperidião Amin – Aí entra o Merisio e o João Paulo (Kleinübing). Sempre imaginei que da eleição de 2018, que nós não fomos exitosos completamente, por ter sido uma eleição atípica. Nós vencemos o MDB e esse era o nossos objetivo, mas não contávamos com o tsunami do 17. Hoje (ontem) eu escutei uma frase que vou repetir: O Jair Bolsonaro foi eleito. O governador Moisés não foi eleito, foi votado. Então, nós não estávamos errados em apoiar o Merisio para governador, considerando que o nosso adversário seria o MDB. É só pegar os resultados de Joinville, de Florianópolis, o MDB não conseguiu ficar em segundo lugar em nenhuma grande cidade de Santa Catarina. Agora, o que não se previa é que um candidato como Alckmin (Geraldo), fizesse 4% no Brasil. Que a coisa se polarizasse de tal maneira entre os a favor do PT, e os contra o PT, foi isso que tornou a eleição avassaladora. Eu sempre imaginei que essa coligação do DEM com o PSD e o Progressistas, deveria nortear a nossa composição para prefeito e, ainda penso nisso. Eu acho que nem tudo o que aconteceu na eleição foi errado, pelo contrário. Politicamente fizemos o certo, não fizemos o certo diante de um fato inesperado, de um processo absolutamente novo. Então eu espero que o PSD, Progressistas e Democratas, possamos ter projetos comuns e é para esta coligação que será possível nós concebermos candidaturas a prefeito em grande número e, certamente viáveis nas grandes cidades de Santa Catarina, como fomos viáveis em 2018.

 
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