Quem anda de bicicleta uma vez, não esquece jamais. Essa máxima bem que pode ser usada na política, especialmente para quem já demonstrou em outras oportunidades que tem habilidade para construir, no caso, falo do ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Júlio Garcia (PSD).
A primeira costura de Garcia foi dentro de casa. Se reaproximou do presidente estadual de seu partido, Gelson Merisio, que mantém a sua força dentro do PSD e conseguiu assim, o apoio de todos os deputados da bancada, conforme anunciei na terça-feira à tarde. A partir daí, Garcia inverteu a lógica ao primeiramente buscar apoio nas bancadas menores.
Ontem foi a vez de fechar com o PSB, PRB e PV, que juntos, somam cinco deputados estaduais. O Progressistas também estaria praticamente acertado, só faltando o sim definitivo de João Amin. Com os tucanos, algumas conversas já teriam sido feitas, portanto, o quadro que está sendo desenhando neste momento, é de Garcia tomando conta do cenário e, isso é de sua característica, pois, não esperem vê-lo entrando numa disputa sem o resultado amarrado a seu favor.
Dessa forma, é grande a tendência de que ele traga as maiores bancadas por gravidade, o que parece já estar sendo sentido por Mauro De Nadal (MDB), que se lançou candidato à Presidência do parlamento. Percebendo toda a movimentação em torno de Garcia, o emedebista já teria procurado o pessedista, buscando construir um acordo para que não haja disputa. Neste caso, pode ser que De Nadal esteja pesando nos dois últimos anos, ou, até mesmo numa construção para dividir o último biênio com um terceiro parlamentar.
Outra hipótese que não pode ser afastada, é de uma eleição unânime, estratégia que já tem surtido efeito. Portanto, lideranças de várias legendas já enxergam em Garcia, o presidente dos próximos dois anos da Alesc.
Moisés com governadores

Moisés acompanhou atentamento as informações.
O governador eleito, Carlos Moisés da Silva (PSL), participou ontem da segunda reunião do Fórum de Governadores em Brasília, grupo que está sendo liderado por João Dória (PSDB), que se elegeu para governar São Paulo. O evento teve como palestrantes o futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, além dos ministros Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça e Raul Jungmann, da Segurança Pública. A pauta do dia foi a segurança no Brasil. O tema foi amplamente debatido, em virtude de ser uma demanda comum entre a maioria dos estados brasileiros assolados pelo aumento dos índices de criminalidade, sobretudo pela atuação das facções criminosas de dentro das unidades prisionais. Durante o encontro, Moisés também defendeu a revisão do fundo penitenciário nacional, para que os Estados possam ter mais eficiência na administração das unidades prisionais, favorecendo a ressocialização dos presos e dando mais autonomia aos gestores públicos, para a solução de problemas recorrentes, como superlotação e falta de estrutura.
Fronteiras
Outro ponto apontado como prioridade pelos governadores em Brasília, foi o reforço na segurança das fronteiras para impedir a entrada de produtos ilegais no país, especialmente drogas e armas, que fomentam crimes graves como os homicídios. No Brasil, apesar do intenso trabalho que vem sendo realizado pelos estados, o número deste tipo de crime continua crescente, com mais de 60 mil mortes registradas ao ano. Mesmo com as conquistas catarinenses dos últimos meses, com redução de índices criminais, o Estado precisa estar pronto para aderir às políticas públicas que serão propostas no próximo governo, tanto na esfera federal como estadual. Os governadores eleitos foram unânimes em defender estratégias de atuação, que ultrapassem a esfera da segurança pública e englobem outras áreas como educação, saúde e assistência. O encontro aconteceu na sede da Associação da Ordem dos Advogados do Brasil e teve acompanhamento integral do vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão (PRTB). Em seu discurso, Mourão defendeu que a União faça o mais cedo possível, uma liberação de recursos para os estados. Ele também defendeu um ajuste fiscal severo em Brasília. “Somos da mais firme opinião de que temos que diminuir de forma radical o peso que o governo central tem em cima dos demais entes da federação. Temos que liberar os recursos o mais cedo possível, redistribuir esses recursos, de modo que os nossos estados e o DF tenham a sua vida própria e consigam se organizar da melhor forma possível”, disse o general, que foi aplaudido pelos governadores.
Como chamar?
Me chamou a atenção durante a segunda reunião do Fórum de Governadores em Brasília, que aconteceu ontem, a plaquinha com o nome do governador eleito de Santa Catarina. A exemplo de como era usado na eleição, estava “Comandante Moisés da Silva”. Será que o novo governador vai manter o “Comandante”, ou optará pelo nome civil?
Secretário de Infraestrutura
Uma fonte ligada ao Centro Administrativo, afirma que o secretário de Estado da Infraestrutura, no governo de Carlos Moisés da Silva (PSL), será um General do Exército, especialista em engenharia. O nome está sendo guardado a sete chaves, mas, poderá ser anunciado, no máximo, até a próxima semana.
Disputa interna

Venâncio (Primeiro a esquerda) é reconhecido pela sua formação.
Cotado para assumir o Instituto do Meio Ambiente do Estado (IMA), no futuro governo de Carlos Moisés da Silva (PSL), o coronel Valdez Venâncio já sofre com fortes resistências, em especial de ambientalistas e de setores da Polícia Militar Ambiental, por onde ele já passou. Apesar da qualificação acadêmica inegável, algumas pessoas que também estão de olho no cargo chegaram a dizer que falta ao oficial, experiência prática em gestão, especialmente em um setor bastante delicado e importante para o desenvolvimento do Estado. Valdez ocupou o comando da Polícia Militar Ambiental por apenas 6 meses, de acordo com algumas fontes. Essas disputas internas são capazes de gerar fogo cruzado entre parceiros de mesmo time.
Deputados não indicam
O governador eleito, Carlos Moisés da Silva (PSL), delegou a cada futuro Secretário de Estado já anunciado, a função de escolher os comissionados de seus setores, a exemplo do adjunto e demais cargos. O objetivo de cada secretário escolher os seus adjuntos, chefe de gabinete e diretores, é pra evitar indicações de deputados. No caso, Moisés quer chegar ao início de seu governo com os cargos já decididos e nomeados e, quando algum deputado pedir para indicar alguém, vão dizer que as vagas já estão ocupadas, ou seja, não sobrará nada. Há só um problema estratégico que foi esquecido. Quem vota o orçamento, reformas e demais projetos não são os secretários, mas, sim, os deputados. Será que terão boa vontade?
Suplentes do PSL
Os suplentes de parlamentares do PSL já se movimentam forte, para emplacar nomes que fizeram votações expressivas e possuem formação técnica para ocupar pastas ainda vagas no governo de Carlos Moisés da Silva (PSL). Um dos quadros é o primeiro suplente de deputado estadual, subtenente PM, Rudinei Luís Floriano, de 43 anos, que é de Joinville e fez mais de 20 mil votos. Ele é sugestão dos suplentes para pastas como Defesa Civil, Agricultura e Pesca e IMA. Graduado em Segurança Pública e cursando MBA em Gestão Pública e em Gestão de Projetos, Floriano tem 23 anos de serviço público, com destaque para a atuação na Polícia Ambiental, onde trabalhou dando suporte à Defesa Civil e participou da operações como a de salvamento às vítimas da tragédia no Morro do Baú, no Vale do Itajaí. O seu aproveitamento também seria uma forma de prestigiar Joinville, onde Carlos Moisés fez expressiva votação, bem como contemplar os praças do Estado.
Briga pelos royalties

Ângela e Esperidião
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, pediu vista no julgamento de ontem que discute a retificação de demarcação do limite interestadual marítimo entre Santa Catarina e Paraná, para fins de distribuição de royalties a título de indenização aos estados e municípios devido à exploração dos poços de petróleo. O deputado federal, Esperidião Amin (Progressistas), esteve presente no plenário ao lado da deputada eleita, Ângela Amin (Progressistas) e, comemorou o voto do ministro, Marco Aurélio Mello, que acompanhando o relator, Luís Roberto Barroso, dá a vitória a Santa Catarina. Em seu voto, Mello disse que o IBGE terá que fazer novamente o traçado dos limites entre os estados, utilizando o método das linhas de base retas. Além disso, os magistrados defendem que se indenize o estado catarinense. Porém, o julgamento ainda não acabou.
Cadê o governo?
É importante avisar ao governador eleito, Carlos Moisés da Silva (PSL), que se o Estado vencer essa causa, Santa Catarina poderá receber no mínimo, R$ 300 milhões, dos royalties da exploração do petróleo que ficou para o Paraná e São Paulo. O número preocupou o ministro do STF, Ricardo Lewandowski, na sessão de ontem que chegou a questionar se a indenização deve ser paga imediatamente após o julgamento. O temor do ministro, é que os governos, paulista e paranaense sofram um grande abalo em seus caixas. O ministro Alexandre de Moraes pediu vistas, mais uma vez protelando a decisão. Pelo visto, somente Esperidião Amin tem acompanhado de perto uma pauta tão importante para nós. Por isso, caro Moisés, se não puder participar do julgamento, que envie alguém para acompanhar e fazer uma pressão em prol do Estado.
Proibição
Uma indicação do deputado federal, Esperidião Amin (Progressistas), que sugere sustar novas demarcações de terrenos de marinha enquanto vigorar a intervenção federal, que impede o processo de emenda constitucional, foi aprovada na Câmara dos Deputados ontem.
Podemos