Se tem uma coisa que os integrantes do futuro governo de Carlos Moisés da Silva (PSL), e de seu partido devem aprender, é usar corretamente e, apenas na hora certa a palavra “fake news”. Quantas vezes foi dito que o MDB estaria pelo menos, próximo dos pesselistas, e a resposta? Bom, que a imprensa estava divulgando notícias falsas, o que na prática, acaba sendo desmentido.
Mas, se na questão política Moisés quebra o seu discurso, por outro, é preciso também avaliar de uma forma mais técnica os anúncios feitos até o momento. Neste caso ele acerta, pois, Paulo Eli tem plenas condições de ajudar ao novo governo em sua tarefa de ajustar as contas públicas. Servidor de carreira na Fazenda e atual secretário, terá o papel de encontrar a solução para a herança que será recebida pelo novo governo.
Na Secretaria de Estado da Administração Prisional e Sócio Educativo, antiga Justiça e Cidadania, politicamente é o mesmo caso. Leandro Lima, que, é o atual ocupante do cargo, é afilhado político de Ada de Lucca, que é uma importante liderança do MDB. Porém, há de se reconhecer que Lima tem conseguido bons resultados frente ao setor prisional.
Ao conversar ontem à tarde com o futuro líder do governo na Assembleia Legislativa, coronel Onir Mocellin (PSL), ouvi que as escolhas foram baseadas apenas em critérios técnicos, pois, são pessoas que deram uma grande contribuição ao Estado e, segundo ele, seguirão dando. “Não podemos ficar olhando o partido de cada. Temos um governo que está sendo montado de forma absolutamente técnica e, é assim que o Moisés continuará baseando as suas escolhas.”, disse Mocellin.
Por outro lado, os dois primeiros militares do novo governo, ajudam a dar uma imagem mais técnica, já que o futuro titular da Saúde será o coronel dos Bombeiros, Helton de Souza Severino, que é médico de formação. Já na Administração, o coronel da Polícia Militar, Jorge Eduardo Tasca, também tem formação.
Nos próximos dias, Moisés deverá acertar os nomes que comandarão outros setores. Para a Agricultura, há uma indefinição entre o atual titular da pasta, Airton Spies, a quem o governador eleito tem feito elogios e, o deputado federal, Valdir Colatto (MDB), enquanto que a Casa Civil deve ficar entre Lucas Esmeraldino, e o professor, Luiz Felipe Ferreira, homem da total confiança de Moisés. Na Santur, que substituirá a atual Secretaria de Estado do Turismo, há um pedido do setor turístico que se mantenha o atual presidente, Valdir Rubens Walendowsky.

Os secretários de Moisés.
Adjunta
Segundo uma fonte governista, Paulo Eli terá a responsabilidade de ajudar no equilíbrio fiscal, mas, também em trabalhar na questão dos benefícios fiscais dados às empresas que se interessam em se instalar aqui no Estado. Muitos beneficiados hoje, poderão perder o benefício. A boa notícia, é que o setor do agronegócio está assegurado, sobretudo pelo que representa em relação às exportações. Também coube a Eli, chamar a atual diretora do Tesouro Estadual, Michele Roncalio, para ser a sua adjunta.
Tem mais?
Dois nomes da atual administração estadual, tem chance de serem mantidos na gestão do governador eleito Carlos Moisés da Silva (PSL). Havia, no entanto, a expectativa por outros integrantes para continuarem no cargo, entre eles, a secretária de Assistência Social, Romanna Remor e sua adjunta Reginete Panceri, há três gestões no cargo, que tiveram manifestações de apoio por parte de entidades do segmento. Pesou na decisão do governador eleito a ingerência no órgão, que enfrenta a falta de recursos no último mês do ano.
Não gostou
O atual secretário de Estado da Saúde, Acélio Casagrande, não gostou da fala do governador eleito, Carlos Moisés da Silva (PSL), a respeito da gestão no setor. Segundo Moisés, há gastos excessivos e falhas graves na gestão da Saúde. Para algumas pessoas mais próximas, Casagrande externou a sua insatisfação, chegando a afirmar que se o novo governo somente se debruçar nos números, não sairá do chão. “Não vai decolar”, disse o secretário atual. Em conversa com uma liderança próxima a ele, Casagrande lembrou que no início do então governo de Raimundo Colombo (PSD), que o também então secretário da Saúde, João Paulo Kleinubing (DEM), apresentava o mesmo discurso, mas, que em um mês ele entendeu a complexidade do setor e viu que o discurso deveria ter sido diferente. “Ele (Moisés) poderia ter dito que estava colocando uma pessoa de sua confiança, não precisava esse tipo de crítica”, disse.
E a comunicação?