
Disputa entre De Nadal e Cobalchini volta a dividir o MDB.
“Não bastou o resultado da eleição. Parece que ninguém aprendeu nada”, me disse ontem, o deputado estadual Valdir Cobalchini, logo após eu divulgar que a bancada de seu partido decidiu que Mauro De Nadal será o candidato do MDB à Presidência da Assembleia Legislativa.
Cobalchini e Moacir Sopelsa, foram as ausências do tradicional almoço no parlamento. Ambos haviam se colocado como postulantes à indicação do partido, porém, a decisão realizada apenas pelos parlamentares que terão mandato no próximo ano na Alesc, definiu que De Nadal é o nome dos emedebistas.
Mesmo atribuindo a sua falta que teria sido provocada, por um compromisso fora da Assembleia. Valdir Cobalchini não foi ao encontro por já saber que a escolha a favor de Mauro poderia acontecer, já que deixou clara a sua intenção de não disputar a indicação, por querer um consenso dentro de sua base. “Deve ter havido algum acordo bom para todos. Eu não compactuo com isso”, criticou.
Se dizendo decepcionado pelo que considerou uma decisão desleal, devido a sua ausência e a de Moacir Sopelsa, Cobalchini ironizou ao dizer que o seu partido vive um grande momento, ao ponto de poder se dar ao luxo de descartar deputados.
Por outro lado, ele lembrou que a decisão soberana é do plenário e, acena para a possibilidade de lançar uma candidatura avulsa, que seria trabalhada fora do partido, buscando o apoio de deputados de outras bancadas. “Eu estou muito a vontade. Mais do que nunca nós devíamos estar unidos. Se pensou em tudo, menos num projeto partidário”, afirmou, fazendo uma crítica até mesmo ao governador Eduardo Pinho Moreira. “Ele podia, mas, não evitou a situação”. Uma das principais reclamações de Cobalchini, foi que em outras oportunidades abriu mão para companheiros de partido e, que agora entendia ser a sua vez.
Bancada construiu
Foi o que me disse ontem o deputado estadual, Mauro De Nadal, após ter sido indicado pela bancada emedebista na Assembleia Legislativa como o candidato do partido à presidência do parlamento. De Nadal disse que a bancada construiu a escolha pelo seu nome, inclusive, com deputados de outros partidos. Quanto a uma possível divisão dentro do MDB, Mauro tentou minimizar ao dizer que a decisão não foi traumática, portanto, que o partido sairá unido. Além disso, De Nadal informou que a partir da decisão, começará a fazer contato com outras bancadas para tentar construir um consenso. Ele se mostrou contrário à proposta de divisão da presidência entre quatro deputados.
MDB erra
A bancada emedebista se quiser liderar a Assembleia Legislativa no próximo ano, terá que aprender que na política a construção sempre vence a imposição. A escolha pelo nome de Mauro De Nadal, deputado que tem apresentado um grande crescimento político nos últimos anos, é totalmente legitima. Mas será que essa legitimidade não seria maior, com um acordo feito entre todos os parlamentares que estarão no próximo mandato, o que inclui Valdir Cobalchini e Moacir Sopelsa? O MDB segue flertando com a instabilidade, principalmente provocada pela eleição pífia que o deixou no primeiro turno. Agora, aumenta o seu racha devido a decisão de ontem, ingredientes que podem fazer a diferença na eleição à presidência do partido. Com a crítica mesmo que sutil, feita por Cobalchini ao governador Eduardo Pinho Moreira que deseja presidir o partido, já temos um claro sinal de que o adversário de Moreira poderá atrair o apoio de Cobalchini, isso, se ele não for para a disputa.
De saída?
O deputado estadual, Gelson Merisio, segue na presidência estadual do PSD, porém, uma fonte garante que ele pensa em sair do partido. O fato é que após a eleição, o PSD se fragmentou levando Merisio e lideranças próximas a ele, para um lado, enquanto que João Rodrigues, Júlio Garcia e Eron Giordani foram para outro canto. Merisio que preside os pessedistas até setembro do próximo ano, sabe que poderá encontrar dificuldade em se reeleger para o comando do partido, por isso, já estuda a possibilidade de outras legendas, tudo isso, porque tem quem diga que o pessedista pensa em disputar em 2022.
Vitória de Jorginho

Jorginho garante o mandato.
A vitória no STF ontem a noite, deu tranquilidade ao senador eleito, Jorginho Mello (PR), e aos seus dois suplentes, Ivete Appel da Silveira (MDB), e o pivô da ação judicial, o ex-prefeito de Imbituba, Beto Martins (PSDB), que teve a sua candidatura contestada pelo PSL, que acusou o tucano de não ter se filiado no PSDB dentro do prazo mínimo de seis meses antes da eleição. Mais uma vez a decisão foi unânime pelo reconhecimento da chapa de Mello, encerrando a questão.
Futuro de Esmeraldino