Berger e Pinho Moreira querem a cadeira de Mariani.

Após uma eleição com um resultado no mínimo, decepcionante para os seus filiados, o MDB catarinense poderá passar por uma disputa interna que promete movimentar ainda mais o partido.

Entre maio e junho do próximo ano, o partido realizará a sua convenção para eleger o novo presidente emedebista. Até o momento, três nomes se colocam no páreo para substituir o ainda deputado federal, Mauro Mariani, que já anunciou que pretende ao menos por um tempo, se afastar da política.

O governador Eduardo Pinho Moreira, foi o primeiro a anunciar que tem interesse. Em um jantar na semana passada com a bancada do partido na Assembleia Legislativa, ele relatou que gostaria de assumir por mais um tempo o comando do MDB estadual, para ajudar no processo de reestruturação partidária após o resultado vexatório na eleição. Pinho Moreira argumentou que foi presidente por mais de uma década e, que tem a experiência necessária para o projeto de fortalecimento.

Na mesma noite, o próprio governador recebeu uma mensagem do senador Dário Berger, pedindo a realização de uma nova reunião nos próximos dias com a sua presença. Segundo uma fonte, o recado deixa de forma clara, a intenção de Berger de assumir o comando do partido, até mesmo porque ele deseja ser o candidato ao Governo do Estado em 2022.

Outras duas lideranças também almejavam a presidência, o primeiro, é o atual vice de Mariani, o deputado estadual reeleito, Valdir Cobalchini. Porém, como ele se interessa em presidir a Assembleia Legislativa, declinou da disputa partidária. Por sua vez, o deputado estadual, Carlos Chiodini, que se elegeu à Câmara Federal, também quer o comando. Liderança emergente no partido, Chiodini tem conquistado um importante espaço, sobretudo após a sua atuação a frente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico no governo de Raimundo Colombo (PSD).

Além disso, a intenção de Pinho Moreira motivou algumas críticas internas, de lideranças que pedem por uma renovação. “Ele (Pinho Moreira) queria fazer a eleição enquanto é governador, pensando em ter alguma vantagem nisso. Mas, isso não vai acontecer. O entendimento é que ele já contribuiu por mais de uma década, agora é a vez de outra liderança”, relatou um emedebista que pediu para não ter o nome divulgado.

Pelo visto, o MDB se prepara para uma grande discussão interna, que poderá gerar uma nova tensão dentro de um partido marcado por uma eleição atípica, que deixou marcas profundas em quem se orgulha ao dizer que é o maior do estado.

Recado

Os emedebistas decidirão amanhã, no almoço da bancada estadual, quem será o seu candidato à Presidência da Assembleia Legislativa. Segundo uma fonte emedebista, Valdir Cobalchini tem a preferência de boa parte do grupo, porém, Mauro De Nadal também postulante ao comando do parlamento, tem a simpatia de setores do partido. Sobre a busca de apoio externo, a liderança relatou que somente após a decisão entre Cobalchini e De Nadal, que conversarão com os demais partidos. Um deles é o PSL e, o recado foi dado: “O Moisés (governador) vai precisar de apoio na Assembleia. Então, ele terá que escolher a quem apoiar. Nós temos a maior bancada”, relatou a fonte.

PSD rebate a Buligon

Lideranças do PSD de Chapecó voltaram a rebater o prefeito, Luciano Buligon (sem partido), após o mal-estar gerado pela tentativa de entrega de um documento com uma série de medidas para a redução de gastos do poder Executivo. Em reunião no sábado de manhã na sede do partido, a primeira pergunta feita por Eron Giordani foi a seguinte: “Alguém aqui, gostaria de retirar a assinatura do documento? Quem quiser, a hora é agora”. Em resposta, todos os presentes disseram que seguem firme com a proposta. O vereador Aderbal Pedroso também assinou o documento e, explicou que não esteve na reunião com Buligon, pelo fato de estar voltando de uma viagem a Porto Alegre, mas, afirmou que apoia a iniciativa. Agora, me chamou a atenção o fato das lideranças pessedistas terem rebatido a fala do prefeito, que afirmou em conversa que teve comigo relatada na coluna de sábado (17). Buligon afirmou que o secretário Ivaldo Pizzinatto e o vereador Célio Portela, não estiveram em seu gabinete e nem assinaram o documento. De acordo com os pessedistas, ao contrário do que disse o prefeito, eles participaram da entrega, assinaram o documento e apoiam a iniciativa. A coluna teve acesso ao documento assinado. Clique e confira:

Seguem no governo

Caramori e Giordani

Na reunião na sede do PSD, as lideranças do partido decidiram permanecer na base do governo de Luciano Buligon (sem partido). “Queremos ajudar a cidade e o governo, mas, não abriremos mão de apoiar a pauta que está no documento”, afirmou uma fonte. Além disso, caso Buligon aceite receber as propostas, caberá em nome de todo o grupo, ao presidente local do PSD, o ex-prefeito José Caramori, a fazer a entrega e debater os pontos do documento. Uma terceira definição é que a pauta não é de alguns, mas, de toda a sociedade. “Todos os partidos, autoridades, entidades empresariais e vereadores podem subscrever o documento”, disse Eron Giordani.

“Foi constrangedor”

Foi o que me disse o presidente do PSD de Chapecó, o ex-prefeito José Caramori, a respeito da reação do prefeito Luciano Buligon (sem partido), na tentativa de entrega das medidas para o corte de gastos. “Ele teve umas reações físicas estranhas. Mas perdoamos a atitude dele, porque talvez pensou que seria algo negativo. Mas também nos estranhou o fato de que ele não recebeu e nem quis conhecer o teor. “Estou vendo que você está tenso, esfrie a cabeça e voltamos a conversar”, disse Caramori ao sair do gabinete.

Esmeraldino X Jorginho

Hoje sai a pauta do Supremo Tribunal Federal para esta semana e, dentro do PSL catarinense, há a esperança de que seja pautado o julgamento do caso “Beto Martins”, ex-prefeito de Imbituba e que se elegeu como segundo suplente de Jorginho Mello (PR) ao Senado. Segundo Fabrício Faustina, um dos advogados de Lucas Esmeraldino (PSL), que ficou em terceiro lugar na disputa. Martins não teria se filiado ao PSDB há tempo de concorrer ao pleito. Ele explicou que não há qualquer documento com “fé pública”, que comprove a filiação do tucano, apenas uma declaração do partido e uma citação em um blog. “Nós passamos pela mesma situação na Assembleia Legislativa. Perdemos quase 20 mil votos. O nosso candidato Rabuja, foi indeferido devido a uma situação semelhante ao caso do Beto”, afirma Faustina. Neste caso, Valdemar Ignaczuk, o Rabuja, foi impugnado em transitado e julgado.

Súmula

Uma vitória dos advogados de Lucas Esmeraldino (PSL), aconteceu na semana passada quando foi autorizado à advogada, Marilda de Paula Silveira, apresentar a sua sustentação oral. Nela, pretende comparar o caso do candidato a deputado estadual, Rabuja, com o de Beto Martins (PSDB). O primeiro passo será a impugnação do tucano, caso obtenha, a advogada de Esmeraldino pedirá a cassação de toda a chapa de Jorginho Mello (PR), alegando que Martins, devido a sua força eleitoral poderá ter tido uma grande influência na eleição de Mello. Uma projeção do advogado Fabrício Faustina, estima que cerca de 200 mil votos pró-Jorginho no Sul do estado, tenha sido através de Martins, que foi prefeito de Imbituba por duas vezes, elegeu o sucessor se tornando já há algum tempo, uma das principais lideranças da região. “Quem você acha que deu a maioria dos votos ao Jorginho? Com certeza o MDB através da dona Ivete (Appel da Silveira). Mas o Beto também contribuiu”, afirmou.

Outra possibilidade

O advogado Fabrício Faustina, entende que não há motivo para uma derrota de Lucas Esmeraldino (PSL) na ação, já que uma súmula do Tribunal Superior Eleitoral, já serviu como base para outras decisões. Porém, o questionei se o caso “Esmeraldino X Jorginho” pode ter alguma influência na Assembleia Legislativa, já que o candidato Rabuja (PSL) foi indeferido. Faustina respondeu que não havendo êxito em Brasília, que o partido poderá sim, requerer mais uma vaga na Alesc, pois, segundo os cálculos, cerca de 20 mil votos foram tirados do PSL, número que daria mais uma cadeira. Neste caso, poderia ser chamado o suplente, Sargento Floriano, de Joinville. “Mas acreditamos na vitória do Lucas”, afirmou Faustina.

Sem reforma

Segundo uma fonte, o governador eleito, Carlos Moisés da Silva (PSL), foi aconselhado a não enviar a reforma administrativa para a Assembleia Legislativa ainda este ano. No início do próximo ano, Moisés após assumir deverá exonerar todos os cargos e somente nomeará após a aprovação da reforma na Alesc. “Se fosse enviada neste ano, poderia não ser aprovada situação que enfraqueceria o governo”, me disse uma liderança. Pensando nessa situação, os deputados eleitos do PSL já foram orientados a abrir mão da presidência e, houve até mesmo um pedido de calma nas propostas de redução de custos. “Eles estão afoitos, querendo reduzir os custos do Estado e da Assembleia. Mas isso tem o momento certo, precisam aprender a construir. A prioridade é a reforma administrativa”, relatou uma fonte.

Cortes

Por hora, somente as Agências de Desenvolvimento Regional estão confirmadas no processo de extinção. Mas, fusões estão sendo estudadas. Apesar das extinções das ADRs, uma fonte relatou que as Gerências Regionais de Saúde e de Educação devem ser mantidas. As rodovias ficarão com o Deinfra, enquanto que ainda está sendo estudado o que será feito com a gerência de infraestrutura.

 

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