Participei na manhã de hoje de um café da manhã com o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). Vim para Brasília a convite da Acaert, que convidou alguns profissionais da imprensa e diretores de veículos de comunicação.

Liderada pelo presidente da entidade, Marcello Petrelli, a missão teve como principal objetivo falar da mídia regional, do quanto é próxima das pessoas e o potencial que tem de divulgar qualquer notícia de interesse da população em geral. Números também foram apresentados.

Bolsonaro apesar de atrasado chegou animado e, logo de início começou a falar em tom de discurso sobre os principais temas em discussão no país. Primeiro como não poderia ser diferente, abordou a questão dos incêndios na Amazônia. Apontou que a Califórnia pega fogo todos os anos, porém, quando acontece no Brasil todo mundo crítica. Para o presidente, os incêndios são criminosos.

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Augusto Heleno, aproveitou para dizer que há muitos interesses na Amazônia, principalmente da parte de ONGs internacionais. Segundo ele, muitos “pseudos religiosos” de outros países entram no Brasil e vão para a Amazônia para fazer pesquisa. “São pesquisadores”, afirmou o ministro.

Um ponto que chamou a atenção, foi o anúncio do presidente de que estão sendo feitos estudos para uma reforma na legislação trabalhista. “Eu pergunto: Prefere todos os direitos e não ter emprego, ou não ter todos os direitos e ter emprego?”, questionou.

Bolsonaro destacou ainda que as leis são rigorosas desestimulando investimentos e novas contratações. Pensando nisso será lançado o programa “Minha Primeira Empresa”, para facilitar a criação de empresas com menos burocracia.

Família

Bolsonaro disse que a vida de sua esposa, Michelle Bolsonaro, foi vasculhada, tanto, que foi descoberta uma avó da primeira-dama que era traficante, segundo o presidente, há 22 anos. Para ele, é possível que matem a idosa somente para atingi-lo. Sobre o filho, o deputado federal, Eduardo Bolsonaro, ele voltou a defender a indicação para ser embaixador nos Estados Unidos. “O moleque fala inglês, espanhol. Falam que ele ficou seis meses lá (EUA) fritando hambúrguer. Ficou aprendendo inglês”, disse.

Críticas

O presidente mostrou que não tem papas na língua. Ao parabenizar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), pela aprovação da posse de arma a quem mora no meio rural, lembrou que o acesso a arma sempre foi a sua pauta. “Vão reclamar agora? Sabe que tenho chulé, vai reclamar depois de casado?”, todos sabiam que era uma das minhas pautas.

Já quanto ao BNDES, criticou a liberação de financiamento para a compra de jatinho, dando como exemplo uma liberação de R$ 700 milhões, e disse que vai exercer o poder que lhe foi dado, ao se referir a indicação de cargos na Polícia Federal.

Provocado por um dos integrantes da comitiva catarinense sobre a necessidade de abrir a caixa-preta do Ecad, Bolsonaro se mostrou interessado na questão. A pedido da assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, não foram feitas perguntas ao presidente, que aproveitou para dizer que a reforma da previdência não é a que ele queria, mas, que na votação dos destaques o governo terá que ceder também.

Cortes

Bolsonaro também falou sobre o corte de custos no governo, dando como exemplo que barrou um contrato de R$ 700 milhões com a MacLaren, equipe da Fórmula 1. Outro corte foi feito pela ministra Damares, que impediu que R$ 40 milhões fossem destinados à Funai, para ensinar os indígenas a operar com a moeda virtual, Bitcoin.

Ao final do encontro, o presidente foi presentado com uma camisa do Brusque, campeão da Série D do Campeonato Brasileiro.