Uma Daniela Reinehr descontraída, leve, otimista, reafirmando inocência, confiante na justiça e na consciência dos deputados e as vezes emocionada. Assim estava a vice-governadora durante entrevista de uma hora e meia, nesta segunda-feira, dia 5, no SC em Debate, programa que tenho a honra de participar ao lado dos colegas jornalistas Marcelo Damasceno Lula, Adelor Lessa e Ananias Cipriano. Um espaço comprovadamente democrático.

Não vou aqui relatar trechos desta entrevista. Quem não conseguiu assistir, ao vivo, pode conferir na íntegra em nosso site: www.scempauta.com.br; no podcast:  https://bityli.com/Vu6cB, e em nossas redes sociais. Trato aqui da minha percepção em relação a vice-governadora, ao processo de impeachment em andamento e ao futuro incerto de Santa Catarina frente aos últimos fatos.

Na tentativa de se desvincular do governador Carlos Moisés da Silva e da responsabilidade na concessão de equiparação salarial aos procuradores do estado, em outubro de 2019, que motivou a denúncia do defensor público Ralf Zimmer Júnior, Daniela tem se mostrado corajosa e encarado aparições como a da votação da admissibilidade deste processo na Assembleia Legislativa que, na verdade, não apresentou resultados práticos.

Não tenho conhecimento jurídico. Minha ignorância me causa dúvidas quanto à  responsabilidade da vice-governadora no fato. No entanto, mesmo tendo negado, Daniela Reinehr apresentou sim, em sua defesa, alegação de que não houve inconstitucionalidade ou ilegalidade praticada pelo governador, por ela, ou pelo secretário da Administração Jorge Tasca.

A falta de habilidade política de Moisés, desde o começo do governo, e todas as demais circunstancias que já são conhecidas de todos, afetaram também Daniela que, mesmo tendo rompido com o governador publicamente, por carta, em junho,  não conseguiu se desvincular e acabou sem apoio na Assembleia Legislativa. Somente agora, sem efeito prático, às manifestações populares a seu favor tem aumentado. Aliás, em nossa entrevista no SC em Debate, recebemos dezenas de manifestações a favor e contrárias a que Daniela assuma o governo.

Tendo sido convincente ou não em suas colocações, hoje, não há elementos que nos levem a crer que  Daniela Reinehr conseguirá ser inocentada do processo de impeachment. Não podemos negar, no entanto, que ela tem sido mais corajosa do que Carlos Moisés. Continuamos na iminência de ver o primeiro impeachment em Santa Catarina de governador e de vice. Histórico no estado e no país.