Toda vez que enalteço a importância de estarmos sempre informados sobre os acontecimentos políticos e suas consequências, alguém reage com uma crítica aos políticos e, o que é pior, com a propagação da ideia de que todo o político é corrupto e seus atos não dizem respeito aos incorruptíveis.

Sabemos que a generalização de qualquer categoria profissional é um erro. Tudo o que repetimos rotineiramente rotula, causa injustiça e prejuízos diversos.

Agora, convenhamos. A própria classe política precisa efetivamente mudar esta percepção das pessoas. Como? Abrindo mão do corporativismo; apontando comportamentos inadequados; nomeando os que se comportam com propósitos escusos; punindo os que não respeitam as orientações partidárias e ideológicas; usando de assertiva comunicação com a sociedade.

Dos governantes, em todas as esferas, espera-se ações de transparência, respeito ao bem público e busca do bem comum. Dos legisladores queremos o exercício de suas prerrogativas com, também, transparência, bons debates, embates, projetos, leis, fiscalização e respeito para com o povo.

Defendo que políticos detentores de mandatos legislativos que, com frequência, mudam de partido, votam de acordo com interesses momentâneos, não respeitam sequer seus eleitores, falam inverdades, confundem parlamento com teatro, enfim, não ajam com ética, devam ser depurados por meio do voto.

Felizmente, reafirmo, não são maioria.

Nós da imprensa também precisamos fazer a nossa parte. É preciso reconhecer que muitos de nós temos dado o devido espaço à divulgação de boas práticas. Porém, as más práticas têm tomado conta dos espaços na mídia. Afinal: quando um cachorro morde um homem não é notícia, mas, ao contrário, é manchete certa. Sem generalizar, alguns veículos e profissionais da mídia extrapolam na priorização do que é ruim.

Por que estou escrevendo sobre isso? Bom, se você que está lendo a coluna pensou que tem a ver com o comportamento de alguns deputados estaduais na votação da admissibilidade do processo de impeachment do governador Carlos Moisés da Silva e de sua vice Daniela Reinehr, acertou. Felizmente vimos comportamentos no mínimo estranhos de apenas alguns. Portanto, sem generalizações.