Lideranças políticas se mostraram surpresas com um derretimento tão grande do governador, Carlos Moisés da Silva (PSL), em tão pouco tempo. O afastamento de quatro dos seis deputados de seu partido, além da perda de pelo menos um integrante da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, fato que deve ser oficializado na próxima semana, o fizeram cair na realidade.

Enquanto isso as conversas seguem nos bastidores e, outros parlamentares não descartam também, a possibilidade do afastamento para adotar num primeiro momento uma postura mais independente. Uma fonte disse que assim que o governo notar que os deputados começaram a se desprender, deve mais uma vez usar a já conhecida receita de convidar para jantar e oferecer emendas, além da abertura para receber os prefeitos e as lideranças indicadas por eles. Alguns, claro, devem aceitar, mas o grupo não será mais o mesmo.

Moisés seguirá no PSL, afinal, não tem para onde ir, já que o presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) não esconde que não gosta dele. Conforme já escrevi, o governador catarinense ficará com a companhia de Luciano Bivar e Antonio Rueda, além da expectativa de que terá o apoio do MDB. Acontece que já estará numa situação de fraqueza política tão grande, que até mesmo os emedebistas poderão não ter interesse em se aproximar de um governo que fez de tudo para quebrar as pontes do diálogo.

 

Sem palavra

O deputado estadual, Maurício Eskudlark (PL), chegou a chamar de mentirosa a afirmação do SCemPauta de que ele seria retirado da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, ou que permaneceria apenas se houvesse a retirada de outro parlamentar, no caso, coronel Onir Mocellin (PSL). Em entrevista à colega Karina Manarin conforme relatei na coluna de ontem, o presidente estadual do Partido Liberal, senador Jorginho Mello, deixou claro que tudo pode acontecer ao responder sobre a possível saída de Eskudlark da CCJ. A reunião do partido na segunda-feira promete grandes discussões, porém, durante o dia de ontem o deputado optou pelo silêncio.

 

Sobre os insurgentes

Na foto ao lado de Lucas Esmeraldino, Moisés fez o sinal de “arminha” durante a campanha, o mesmo gesto que agora critica.

Em uma entrevista que concedeu à Revista Veja o governador Carlos Moisés da Silva (PSL), chamou os deputados estaduais do PSL que se afastaram dele, “de um grupo pequeno que se alimenta da violência e que precisa agredir alguém para manter um pleno diálogo com esses eleitores”. No caso, Moisés não só ataca os deputados de seu partido que optaram por construir um bloco afastado de seu governo, mas também os eleitores desses parlamentares esquecendo que foram essas mesmas pessoas que o elegeram devido ao seu único discurso de campanha “de que era o candidato do Jair Bolsonaro”. Enquanto fala de maneira moderada para fora de Santa Catarina, aqui no estado aplica a truculência contra os que se opõe ou simplesmente o criticam.

 

Exagero

Para o governador Carlos Moisés da Silva (PSL), em entrevista à Veja, houve um exagero nas reações na questão dos agrotóxicos, porque esse assunto, segundo ele, era um tabu no governo até então. “Não é só em Santa Catarina, isso tem que ser tratado pelo país”, afirmou. Moisés segue defendendo que os protestos do setor produtivo foram desproporcionais, sem ao menos pensar que a sua teimosia em querer taxar os defensivos antes dos demais estados, terá um único resultado, que é inviabilizar o setor produtivo. O fato é que todos querem menos defensivos nos alimentos, porém, a retirada deve ser feita com responsabilidade, não seguindo convicções pessoais.

 

Trancou a porta

A respeito dos filhos do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) disse para a Veja, que prefere não se manifestar. “Não me refiro a eles e espero que eles nunca se refiram a mim”, afirmou, fechando mais ainda as portas com Bolsonaro.

 

Venda da Agronômica

O deputado estadual, Jessé Lopes (PSL), deve apresentar nos próximos dias um projeto de lei na Assembleia Legislativa autorizando a venda da Casa D’Agronômica. Ele quer a venda do imóvel como uma forma do Estado economizar, além de gerar recursos para o governo. Segundo fontes próximas do parlamentar, não há sentido o governador, Carlos Moisés da Silva (PSL), vender os aviões do Estado e querer manter uma estrutura como a do palácio.

 

Alesc faz justiça tributária

Um dos protagonistas no debate contra o aumento de impostos, o deputado estadual, Milton Hobus (PSD), afirma que o recuo do Governo do Estado no setor de carnes é uma vitória para produtores, consumidores e Assembleia Legislativa, que se mostrou mais uma vez persistente para evitar prejuízos aos catarinenses. Após debates e várias reuniões intermediadas pelos parlamentares, o Estado divulgou que voltou atrás e manteve a alíquota de ICMS de 7% para proteínas de frango e suíno produzidas e vendidas dentro de SC. Em agosto, o governo havia aumentado para 12%, causando aumento no preço do alimento.

 

Maior exportador

O Estado é o maior exportador de carne de frango do país e o maior produtor de suínos. Com o aumento de 7% para 12%, o negócio de muitos produtores e distribuidores ficaria inviável, tanto, que empresas já pensavam em deixar Santa Catarina. O deputado estadual, Milton Hobus (PSL), destaca ainda que muitos produtos ainda estão com aumento de imposto, por isso, o debate deve continuar na Alesc. “Somos contra o aumento de impostos. Passamos a maior crise econômica da história sem aumentar nenhum centavo. Agora com o crescimento da receita, o Estado não pode elevar a carga tributária”, afirma, destacando que o parlamento fez justiça tributária.

 

Ausência do governo

O presidente da Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, deputado Ivan Naatz (PV), lamentou a ausência de representantes do Governo do Estado na audiência pública que reuniu mais de 900 pessoas em Pouso Redondo, para manifestar a contrariedade aos projetos de construção de duas barragens de contenção de cheias no município e outras cinco na região do Alto Vale do Itajaí. Lideranças políticas e empresariais, de entidades sociais, comunitárias, além de associações de agricultores apresentaram uma manifesto e um abaixo assinado com cerca de 7 mil assinaturas, no sentido de que as obras não aconteçam, alegando prejuízos econômicos no setor da agricultura familiar, de cerâmica industrial, abastecimento de água, estradas e também porque a população ainda não foi ouvida para esclarecimento sobre os projetos.

 

Livre passagem

O senador Esperidião Amin (Progressistas) vai apresentar na semana que vem, um substitutivo que estabelece condições para a adequada implementação da cobrança pelo uso de rodovias por meio de sistemas de livre passagem. O intuito é possibilitar pagamentos que guardem maior proporcionalidade com o trecho de via efetivamente utilizado. Amin afirmou que vai se empenhar ao máximo para que o projeto seja aprovado em breve pela Comissão de Infraestrutura do Senado. Esse movimento se deve ao projeto de concessão que estabelece que sejam implantadas quatro praças de pedágio no trecho sul da BR-101.