Uma fonte garante que estaria ocorrendo uma situação atípica dentro do PSB catarinense, devido a diferença ideológica entre as lideranças pessebistas aqui do estado, em relação ao Norte e Nordeste onde fica o comando do partido que é de esquerda, inclusive, alinhado a Internacional Socialista.

Segundo o relato, supostamente conduzido pelo presidente estadual do PSB, Ronaldo Freire, com a participação do ex-deputado federal, Paulinho Bornhausen e, sob assessoria jurídica de Marcelo Pelegrino, estaria sendo feita uma movimentação para facilitar a troca de partido de lideranças sem a perda do mandato e, o caminho seria o Podemos.

A suposta estratégia seria a de fazer o cancelamento da filiação datada da primeira semana de fevereiro. Dessa forma, no início de abril contariam os 60 dias que é o prazo máximo para contestações de infidelidade partidária. Portanto, quando fosse anunciada a troca de partido, não haveria o risco da perda de mandato. A fonte afirma ainda que os deputados estaduais, Bruno Souza, Nazareno Martins e Laercio Schuster, teriam já assinado a desfiliação. “Como a divulgação dos filiados acontece apenas duas vezes por ano, quando fosse divulgada a próxima lista do TRE, a atualização mostraria que esses deputados assinaram a desfiliação em fevereiro”, relatou a fonte.

Esse expediente também pode estar sendo usado em outras agremiações partidárias, segundo a mesma fonte, incluindo o PSD. A questão é que se ficar comprovada a movimentação, pode ser caracterizada como fraude, criando um grande problema aos partidos, além de gerar a perda de mandato de quem estiver envolvido.

Contraponto

Bornhausen nega a informação.

Conversei com Paulinho Bornhausen que chamou a informação de leviandade. Em casa se recuperando de uma apendicite, o ex-deputado disse que mesmo com as diferenças, ficou acertado que caberá a ele tentar construir uma convivência pacífica, com respeito aos posicionamentos ideológicos, para que o grupo permaneça no PSB.

Bornhausen reconhece que há grandes diferenças de pensar, entre a executiva nacional e os pessebistas catarinenses, sobretudo na questão econômica. Mesmo assim, ele usou o termo DR (Discutir a relação) para explicar a tentativa de manter a força partidária no estado, que elegeu três deputados estaduais e um federal, que é Rodrigo Coelho. Até maio a situação deverá ser resolvida, já que Paulinho só pode viajar após o dia 10 do próximo mês devido a cirurgia.

Martins afirma que não assinou a desfiliação.

Liguei para Freire que não atendeu a ligação. O mesmo aconteceu com o deputado Laercio Schuster. Por sua vez, Bruno Souza informou que está na sessão da Assembleia Legislativa, mas que retornará a ligação, enquanto que Nazareno Martins negou que tenha assinado qualquer documento para desfiliação. Ele atribuiu ao que chamou de “falatório do pessoal”, mas admitiu que o PSB está em uma outra linha, em relação ao que as lideranças pessebistas defendem aqui em Santa Catarina.