Destaque do Dia

A política catarinense tem um novo cenário. Muito diferente do que apontavam as pesquisas, Gelson Merisio (PSD) e Comandante Moisés (PSL) chegam ao segundo turno, mostrando que Santa Catarina tem uma nova força, independentemente do resultado final.

Para Merisio, teria sido muito mais interessante ter enfrentado Mauro Mariani (MDB). O desgaste nacional dos emedebistas e do PSDB, além do discurso pró-Bolsonaro adotado no primeiro turno, tornavam mais robusta a sua campanha, sobretudo junto ao eleitorado mais conservador. Contra Moisés, ele mantém a fala, porém, tem em seu adversário um verdadeiro outsider, além de ser um candidato do próprio PSL, fazendo um discurso pró-Bolsonaro e tentando como fez no primeiro turno, tomar somente para si a aproximação com o presidenciável.

Uma coincidência na primeira fala de ambos: Não querem discutir o apoio de partidos, mas, sim, das pessoas, do eleitorado, independentemente do nome, em quem tenham votado. Dessa forma, tanto Merisio quanto Moisés tentarão se manter longe dos partidos os quais criticam, para sustentar o discurso de renovação, já que é a primeira eleição majoritária de ambos.

Um ponto interessante é que os dois levantam a bandeira da segurança pública, além de defenderem um Estado mais enxuto, com menos cargos. Sem contar, que com o MDB fora do pleito, o fim das ADRS está decretado. São dois discursos interessantes, que devem ser ouvidos para que o eleitorado tome a melhor decisão.

Além disso, o cenário do segundo turno não apresenta nenhuma rivalidade antiga entre os candidatos. Isso favorece um debate mais propositivo, ao contrário do que teríamos numa disputa entre Merisio e Mauro Mariani (MDB), que já no primeiro turno trocaram acusações.

Crise no MDB

É inegável que o MDB terá que passar por uma forte análise, após o resultado da eleição estadual. O partido sai menor do que entrou, com um deputado estadual a menos do que tem, sendo que atualmente tem 10 na Assembleia Legislativa e passará a ter nove. Na Câmara Federal, cai de cinco para três parlamentares, sem contar que após 16 anos, o partido não será governo em Santa Catarina. Nos próximos dias, segundo o próprio então candidato, Mauro Mariani, o partido se reunirá para discutir o seu posicionamento no segundo turno, porém, mais do que isso, o MDB necessita olhar para dentro de sua casa e, avaliar o que levou o partido que se orgulha ao dizer que é o maior do estado, a sofrer uma das piores derrotas de sua história.

Dificuldades

O casaco que o falecido senador, Luiz Henrique da Silveira (MDB) deu para Mauro Mariani (MDB), perdeu o encanto. O emedebista ficou em terceiro em sua região, Joinville, e perdeu em Blumenau, de onde o seu candidato a vice, Napoleão Bernardes (PSDB), há alguns meses renunciou o mandato de prefeito para estar na eleição estadual. Durante esse período eleitoral eu estive por duas vezes em Joinville, onde ouvi algumas críticas ao governo de Udo Döhler (MDB), situação a qual alguns emedebistas definiram ontem, como um fator importante para a emblemática derrota de Mariani. Mas, se por um lado o fator Udo pode ter atrapalhado, o que explica a eleição do vereador joinvilense, Fernando Krelling (MDB), também apadrinhado do prefeito que foi o décimo mais votado à Alesc?

Personalização

Lideranças emedebistas não quiseram se expor, mas atribuíram a derrota do partido ao candidato Mauro Mariani (MDB). Disseram que Mariani teria que ter deixado o prefeito de Joinville, Udo Döhler, ou o atual governador Eduardo Pinho Moreira, disputar o Governo do Estado. Também teve quem defendeu o nome do senador Dário Berger (MDB), considerado por alguns como o nome mais forte do partido. Se as primeiras análises internas já começaram assim, poderemos estar vendo nascer um forte processo de torra de Mariani, que se tornou nos últimos anos uma das figuras mais expressivas do partido.

A nova força

Jair Bolsonaro (PSL) mexeu com o país e Santa Catarina não ficou de fora, pelo contrário. Além de ser o estado que deu ao militar da reserva, a maior votação proporcional, com 65,82%, também foi aqui, que o seu partido, o PSL, se tornou uma nova força ao eleger a maior bancada entre os catarinenses na Câmara Federal, com quatro deputados federais, além da terceira maior bancada da Assembleia Legislativa com 6 deputados estaduais. Como se não bastasse, o partido foi além, chegando ao segundo turno em condições de igualdade com Gelson Merisio (PSD), com o comandante Moisés (PSL) que ficou em segundo com 1.071.406 votos, contra 1.121.869 votos do pessedista que terminou em primeiro lugar.

Senado

Em um momento que a política pede renovação, o deputado federal e ex-governador, Esperidião Amin (Progressistas), se elege em primeiro lugar ao Senado, mostrando toda a sua capacidade de se reinventar. A eleição de Amin não foi uma surpresa, por ser ele, uma das maiores lideranças políticas do estado, ou seja, já era esperado. Além dele, Jorginho Mello (PR) numa arrancada impressionante na reta final conseguiu a segunda vaga, mostrando que o MDB também abraçou a sua campanha, o ajudando a chegar a um resultado histórico.

Mais votado

O apresentador Hélio Costa (PRB), fez uma eleição irretocável, com 179.307. Profissional que há anos atua na comunicação estadual, Costa foi a marca do resultado de um trabalho sério, que lhe deu a confiança da população.

Novidade

Daniel Freitas e Caroline de Toni, ambos do PSL, foram respectivamente o segundo e a quarta colocada. É a nova cara da política catarinense, em um partido que em sua primeira eleição já se torna uma potência estadual. No Oeste, o nome de Caroline aparece como uma provável e forte candidata a prefeita na próxima eleição.

Plebiscitário

A não eleição do ex-governador Raimundo Colombo (PSD), serve como um recado ao pessedista. A sua gestão não foi aprovada pela população catarinense que o deixou de fora do Senado. Colombo durante as pesquisas sempre esteve em segundo lugar, disputando com Esperidião Amin (Progressistas). É mais um resultado que os institutos precisam explicar. Perde para Amin e Jorginho Mello (PR) que estão eleitos, além de Lucas Esmeraldino (PSL) a grande surpresa, que fez uma grande votação e por muito pouco não se elegeu. Vale destacar que Colombo também desagradou a muitas lideranças de seu partido, saindo de forma melancólica de um pleito no qual trabalhou mais para si, do que para o seu grupo.

Bauer

O senador Paulo Bauer (PSDB), que chegou a ser o líder tucano no Senado, deixa o pleito com uma votação pífia. Ficou apenas em quinto lugar e deixa o pleito com o gosto amargo da fragilidade de sua votação. O caso Hypermarcas e todo o desgaste nacional do PSDB tornaram a sua votação extremamente fraca.

Absolvido pelo eleitor

O deputado federal João Rodrigues (PSD), recebeu 67.955 votos. Se por um lado, ele ainda precisa aguardar a decisão de seu processo na justiça, além da análise de sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral, por outro, o eleitorado que votou nele mostra que está ao lado do parlamentar pessedista, praticamente lhe dando uma absolvição. Rodrigues aguarda a decisão do STF, conseguindo reverter, tira a vaga de Gilson Marques (Novo) de Pomerode.

Disputa fratricida

Não foi por falta de aviso. Muitas lideranças próximas, incluindo o ex-ministro da Pesca, José Fritsch, tentou convencer a Cláudio Vignatti (PT) a disputar uma vaga à Assembleia Legislativa. Preferiu enfrentar uma eleição contra Pedro Uczai (PT) que buscava a reeleição e, ainda, com o deputado estadual Dirceu Dresch (PT) que também tentava uma vaga. Enquanto que Uczai foi o terceiro mais votado com 115.232 votos, Vignatti ficou de fora com apenas 43.097 votos, também atrás de Dresch que recebeu 45.659 votos. Resta a Vignatti tentar recomeçar, quem sabe na eleição à Prefeitura de Chapecó.

PT do Oeste

Impressionante o desempenho dos petistas do Oeste, em relação as lideranças do partido em outras regiões. Todos os parlamentares eleitos do PT são oestinos, são eles: Pedro Uczai deputado federal, enquanto que para a Assembleia Legislativa se elegeram Luciane Carminatti, Padre Pedro Baldissera, Neodi Saretta e Fabiano da Luz. As maiores surpresas foram as não eleições da deputada estadual, Ana Paula Lima de Blumenau, que disputou a eleição a federal, além dos ex-prefeitos de Joinville, Carlito Merss, e de Brusque, Paulo Eccel.

Nacional

É o pleito da incógnita contra o desgaste, ou seja, de um lado Jair Bolsonaro (PSL) que nunca disputou uma eleição majoritária, contra Fernando Haddad (PT) que foi prefeito de São Paulo e ministro da Educação. Porém, enquanto que Bolsonaro carrega a pecha da falta de experiência, por outro, Haddad enfrenta a grave crise que se abate sobre o PT. Serão 10 minutos diários que cada um dos candidatos, tentará montar os programas para convencer a votar.

 

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Sindilojas – Presidentes

Amarildo Silva

Atanásio Netto

Carlos Burigo

Célio Spagnol

Emílio Schramm

Francisco Crestani Hélio Dagnoni

Herton Scherer

Leosergio

Marcelo Gevaerd

Marcos Barbieri

Telmo Sandro

Tito Góes – Criciúma